Brasil

Procuradoria pede inquérito à PF para investigar secretário de Comunicação

Suspeitas envolvendo Fabio Wajngarten seriam, na avaliação do MPF, corrupção, peculato e advocacia administrativa

Fábio Wajngarten: "Eu não tenho absolutamente nada a esconder" (Alan Santos/PR/Flickr)

Fábio Wajngarten: "Eu não tenho absolutamente nada a esconder" (Alan Santos/PR/Flickr)

AO

Agência O Globo

Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 10h03.

Última atualização em 28 de janeiro de 2020 às 10h04.

Brasília — O Ministério Público Federal solicitou à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar suspeitas de corrupção, peculato(desvio de dinheiro público) e advocacia administrativa envolvendo o chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal, Fábio Wajngarten.

O pedido foi feito pelo procurador Frederick Lustosa, da Procuradoria da República no Distrito Federal, com base em representações recebidas pelo órgão. A solicitação foi revelada hoje pelo jornal “Folha de S.Paulo” e confirmada pelo jornal O Globo. O caso será conduzido sob sigilo.

A investigação vai mirar suspeitas de irregularidades no fato de a empresa do chefe da Secom manter contratos com emissoras de televisão e agências de publicidade que recebem verbas do governo federal.

Reportagem da “Folha de S. Paulo” mostrou que Wajngarten, mesmo depois de assumir a Secom, permaneceu com 95% das cotas da FW Comunicação e Marketing.

A empresa recebeu, no ano passado, R$ 9.046 mensais da Band (aproximadamente R$ 109 mil por ano) por serviços que incluem estudos sobre anunciantes do mercado e a checagem se peças publicitárias foram de fato veiculadas.

Em 2019, do dia em que Wajngarten assumiu a função até o fim do ano, a Band recebeu do governo federal 12,1% da verba de publicidade destinada às emissoras abertas, de acordo com a reportagem. No ano anterior, a fatia da emissora havia sido de 9,8%. A empresa também recebeu repasses da Record, em valores não revelados.

Em pronunciamento que fez sobre o caso, Wajngarten afirmou que se afastou da gestão da empresa e nomeou um administrador antes de ser nomeado para o cargo na gestão Bolsonaro.

Segundo ele, o processo foi feito a partir de orientações da Secretaria de Assuntos Jurídicos (SAJ) e da Comissão de Ética da Presidência.

"Eu não tenho absolutamente nada a esconder, à época da minha nomeação foi orientado, foi ordenado, que eu saísse do quadro da gestão da FW Comunicação e Marketing, atitude esta imediatamente cumprida e vistoriada pela SAJ e pela Comissão de Ética", afirmou o secretário, que encerrou o pronunciamento sem responder questões dos repórteres.

Acompanhe tudo sobre:Governo BolsonaroMinistério PúblicoPolícia Federal

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP