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Privatizações não levam ao fim da corrupção, diz procurador

A 48ª fase da Lava Jato suspeita que desvios das concessionárias de rodovias federais do Paraná rendiam recursos para propinas de agentes públicos

Lava Jato: "Podem haver indicativos sérios de pagamentos e desvios que chegam a funcionários públicos" (Divulgação/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 15h50.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2018 às 16h41.

São Paulo - A deflagração da Operação Integração, que investiga suspeitas de corrupção que envolvem a concessão de rodovias federais no Paraná, é um indicativo de que a privatização não necessariamente leva ao fim da corrupção, afirmou nesta quinta-feira, 22, o procurador federal Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra o grupo responsável pela Lava Jato no Estado.

"Estamos tentado aprofundar uma investigação das reais causas pelas quais os usuários no Estado do Paraná pagam um preço tão elevado por um serviço público", afirmou, em Curitiba.

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A 48ª etapa da Lava Jato, continuou, "também é um indicativo claro de que privatizações não levam ao fim da corrupção. Podem haver indicativos sérios de pagamentos e desvios que chegam a funcionários públicos", disse.

Deflagrada nesta quinta-feira, a 48ª fase da Lava Jato suspeita que o superfaturamento no valor de obras realizadas e os contratos fictícios lançados na contabilidade pelas concessionárias de rodovias federais do Anel da Integração servia para render recursos para pagamentos de propinas a agentes públicos dos Departamentos Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná e da Casa Civil do governo do Estado.

Esses desvios, dizem os procuradores, podem ter elevado o preço da tarifa em até quatro vezes o valor do pedágio.

"A operação é uma tentativa de investigar uma ferida aberta no Estado do Paraná e suas justificativas. Não estamos falando de desvios dos cofres públicos, mas de cada usuário que foi impactado", declarou.

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