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Prisão de Lula pode acontecer na próxima semana, avaliam juristas

Após a decisão de ontem do STF, o petista de 72 anos, poderá ser detido na próxima semana, depois que sua equipe de defesa esgotar os últimos recursos

Máscara com foto de Lula: 10 de abril, terça-feira, é o dia mais provável para a prisão (Ueslei Marcelino/Reuters)
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AFP

Publicado em 5 de abril de 2018 às 12h42.

Última atualização em 5 de abril de 2018 às 17h01.

O ex-presidente Lula , condenado por corrução e lavagem de dinheiro e apontado como favorito nas pesquisas eleitorais, viu suas chances de disputar a presidência em outubro diminuírem após o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitar o recurso da defesa para impedir sua prisão.

Depois de mais de dez horas de deliberações, o habeas corpus preventivo apresentado por seus advogados foi negado por 6 votos contra 5 no STF.

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De acordo com muitos juristas, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT), de 72 anos, poderá ser detido na próxima semana, depois que sua equipe de defesa esgotar os últimos recursos.

O dia 10 de abril, uma terça-feira, é o último dia para a defesa apresentar os chamados "embargos dos embargos". A partir daí, o relógio pode começar a correr contra o presidente. (Entenda: Após decisão do STF, Lula não será preso imediatamente )

A prisão iminente de quem lidera as intenções de voto para a eleição presidencial agita o cenário da votação, apresentada como uma das mais imprevisíveis das últimas décadas.

"A decisão praticamente põe fim às esperanças de Lula de disputar a eleição presidencial em outubro", estimou Edward Glossop, analista do escritório britânico Capital Economics, em nota. E ela "abre totalmente a corrida presidencial", acrescentou.

O ex-presidente (2003-2010) foi condenado em janeiro em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de Porto Alegre, a 12 anos e um mês de prisão pela acusação de ter recebido um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, da empreiteira OAS, envolvida no esquema de propinas montado na Petrobras.

Lula nega a acusação, evocando a falta de provas e denunciando um complô para impedi-lo de disputar um terceiro mandato, oito anos depois de deixar o poder com uma popularidade recorde.

"O povo brasileiro tem o direito de votar em Lula, o candidato da esperança. O PT defenderá esta candidatura nas ruas e em todas as instâncias, até as últimas consequências", reagiu no Twitter o partido, fundado por Lula nos anos 1980.

"A presunção de inocência, este direito fundamental que fatalmente voltará a valer para todos, não valeu hoje para Lula. É um dia triste para a democracia e para o Brasil", escreveu a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, no Twitter.

"Luta continua"

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) afirmou no Twitter que "não é apenas Lula que querem prender, mas sim o sonho de um país mais justo".

"Jamais permitiremos. A luta continua", acrescenta o post.

O ex-presidente também recebeu o apoio do presidente venezuelano Nicolas Maduro, que afirmou no Twitter que "dói a alma pela injustiça. A direita, pela incapacidade de ganhar democraticamente, escolheu o caminho judicial para amedrontar as forças populares. Mais cedo ou mais tarde vencerá a Pátria".

Como o Brasil, os 11 ministros do Supremo se mostraram profundamente divididos e o pedido de habeas corpus de Lula foi rejeitado por seis votos a cinco.

Embora apertado, esse resultado representa uma vitória para os procuradores da Lava Jato.

Durante o julgamento, o STF foi isolado do público. Do lado de fora, a Polícia montou um cordão de isolamento para separar os manifestantes pró e contra Lula ao longo da Esplanada dos Ministérios, que desemboca na Praça dos Três Poderes.

As tensões que precederam o julgamento tiveram seu auge na terça-feira, quando o comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, assegurou em sua conta no Twitter que "o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia".

O PSDB, partido derrotado pelo PT nas últimas quatro eleições presidenciais, divulgou um comunicado, no qual afirma que "o ex-presidente não está acima da lei, mas ao alcance dela como todos os brasileiros. Uma decisão em sentido contrário frustraria a sociedade e ressaltaria o sentimento de retrocesso no combate à impunidade".

Os mercados, instáveis nos últimos dias diante da possibilidade de Lula permanecer livre, deveriam mostrar certo alívio nesta quinta-feira, embora o Capital Economics não preveja euforia, apontando que os "candidatos favoráveis aos mercados, como o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, têm intenções de voto de apenas um dígito".

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