Brasil

Prisão de ex-diretor foi grande constrangimento, diz Foster

A presidente da Petrobras disse que pouco depois que assumiu a direção da estatal Paulo Roberto deixou a diretoria da empresa


	Diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa: ele foi preso pela operação Lava Jato, da Polícia Federal
 (Agência Petrobras)

Diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa: ele foi preso pela operação Lava Jato, da Polícia Federal (Agência Petrobras)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 15h04.

Brasília - A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, admitiu nesta terça-feira, 15, que há um "grande constrangimento" da estatal por conta da prisão do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Ele foi preso pela operação Lava Jato, da Polícia Federal.

"Existe e aconteceu um grande constrangimento para a Petrobras com a prisão do ex-diretor", afirmou, em depoimento a duas comissões temáticas do Senado.

Graça Foster disse que pouco depois que assumiu a direção da estatal Paulo Roberto deixou a diretoria da estatal. "Eu indiquei para o conselho pessoas com que trabalhava há muitos anos", frisou ela, ao citar que tem adotado na sua gestão uma série de práticas para melhorar o controle interno na estatal.

A presidente da estatal disse que todos os contratos da diretoria internacional da Petrobras, que ficavam sob a alçada de Paulo Roberto, estão sendo avaliados e monitorados. "Tanto a diretoria anterior como está são diretorias técnicas. Esta eu tenho responsabilidade sobre ela", destacou.

Graça Foster reconheceu que os US$ 341 milhões pagos pela estatal em Pasadena para criar uma comercializadora (trading) de combustíveis foram em grande parte pelo conhecimento da sócia belga Astra no negócio.

Até agora, a companhia sustentava que o valor tinha sido aplicado em estoques. "O maior valor foi o conhecimento que o grupo Astra tinha na região", disse.

Desta forma, a Petrobras muda o discurso e reconhece ter pagado por um valor intangível, e não por um ativo, como vinha repetindo à imprensa e a autoridades.

A presidente da Petrobras rebateu a afirmação do vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), de que a estatal passa por um "abismo ético". Em depoimento a duas comissões do Senado, ela disse que não se pode medir a estatal, que tem cerca de 80 mil funcionários, por uma única pessoa.


"Definitivamente eu não concordo com o senhor e eu digo graças a Deus", afirmou. "A Petrobras não pode ser medida por um comportamento que não é digno da sua força de trabalho. Não podemos ser medidos por uma pessoa e as pessoas com que ela interage na nossa companhia. Não vivemos no abismo da ética", completou, em depoimento a duas comissões no Senado.

SBM

A presidente da Petrobrás afirmou que a investigação interna feita em relação às denúncias de suposto pagamento de propina da empresa holandesa SBM para funcionários da estatal não identificou nenhuma prática que causasse danos à companhia. Ela disse que a abertura da comissão, logo após a publicação na imprensa do caso, é prática comum na estatal.

"Nós entendemos que é importante fazermos uma apuração interna, porque um dos nossos diretores foi citado em um documento interno", afirmou.

"Nós fizemos um trabalho bastante grande, a comissão esteve na Holanda, e nós, dentro daquilo que é atribuição da Petrobras, não encontramos nenhuma prática deletéria para a companhia", disse há pouco, em depoimento a duas comissões do Senado.

A presidente da estatal ressalvou que a empresa não dispõe dos instrumentos de investigação da Polícia Federal, da Controladoria Geral da União, do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público. "Nós temos ações limitadas, dentro daquilo que é processo da companhia, não identificamos nenhuma prática deletéria", reafirmou.

Graça disse ter encaminhado a órgãos de investigação os resultados da apuração interna feito pela estatal.


Urucu-Coari-Manaus

Graças Foster afirmou em audiência pública no Senado que aguarda uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre supostas irregularidades na construção do gasoduto Urucu-Coari-Manaus.

"Tivemos atraso de menos de um ano numa obra espetacular, com 700 quilômetros de tubulação", disse. "Aguardamos agora a posição do TCU", disse.

O tribunal apontou suposta irregularidade por parte da Transportadora Amazonense de Gás (TAG), subsidiária da Petrobras, e o Consórcio Gasoduto Amazônia nas obras do gasoduto.

O tribunal identificou falta de registros de cerca de R$ 56,9 milhões nas planilhas de custos envolvendo o transporte de materiais por balsas, impedindo a fiscalização dos gastos pelo TCU, em função de "itens descritos de forma genérica".

A decisão inicial do órgão fiscalizador foi a punição de executivos envolvidos, que posteriormente foram liberados do pagamento de multas após prestarem esclarecimentos ao TCU.

Apesar do perdão, o tribunal manteve nos autos do processo que "a Petrobras não se manifestou quanto a forma indevida de apresentação das planilhas de medição que prejudicam a fiscalização" e determinou que 2º Grupamento de Engenharia de Construção do Comando do Exército passe a elaborar orçamentos de obras na região, apontado eventuais despesas indiretas que possam ocorrer. (Colaborou Sabrina Valle)

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasExecutivos brasileirosGraça FosterIndústria do petróleoMulheres executivasPetrobrasPetróleoPrisões

Mais de Brasil

SP ainda tem 36 mil casas sem energia neste domingo

Ponte que liga os estados de Tocantins e Maranhão desaba; veja vídeo

Como chegar em Gramado? Veja rotas alternativas após queda de avião

Vai viajar para São Paulo? Ao menos 18 praias estão impróprias para banho; veja lista