Prioridade é votar reoneração da folha, diz líder do governo no Congresso
André Moura disse que o governo também pediu para que os líderes se empenhem na discussão do projeto de privatização da Eletrobras
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de abril de 2018 às 18h23.
Última atualização em 18 de abril de 2018 às 11h18.
Brasília - O líder do governo no Congresso , deputado André Moura (PSC-SE), disse que na reunião de líderes governistas com o presidente Michel Temer foi debatida a necessidade de se retomar a discussão sobre o projeto de reoneração da folha de pagamento. Segundo o líder, o governo também pediu para que os líderes se empenhem na discussão do projeto de privatização da Eletrobras para que a proposta consiga avançar ao plenário da Câmara.gove
Ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Moura afirmou que a reoneração é prioridade do Palácio do Planalto, que gostaria de ver a medida votada até a próxima semana. "Reoneração é a meta principal", destacou.
O líder do governo no Congresso admitiu que ainda não há acordo sobre os setores que serão mantidos na política de desoneração e deu como exemplo a dificuldade do Executivo em manter os chamados "call centers" na política. De acordo com o deputado, ainda estão sendo negociados os setores que serão beneficiados para que o texto do relator Orlando Silva (PCdoB-SP) seja ajustado.
Para Moura, os trabalhos na comissão especial que analisa o projeto de privatização da Eletrobras "pegou embalo", mas o governo está consciente das resistências e de que a matéria ainda não está pronta para votação em plenário. "Não é uma matéria fácil de andar", observou.
Moura minimizou a ausência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e disse que a reunião era apenas com líderes governistas. "Não é uma reunião com o presidente da Câmara, é reunião de líderes", desconversou.
Marun
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse, após a reunião com o presidente Michel Temer e líderes da base aliada na Câmara, que o processo de votação da reoneração da folha é importante não apenas por incrementar o caixa do governo, mas também para abrir espaço na possibilidade de investimento. "Nós queremos aprovar a reoneração, o início desse processo de reoneração, ainda no mês de maio", disse.
Marun minimizou o fato de que a reoneração incomoda o empresariado brasileiro e de a pauta ser impopular em ano eleitoral. "O governo trabalha para agradar ao Brasil, para fazer o que é necessário pelo Brasil. É com essa disposição que chegamos ao governo e é com ela que trabalharemos até o último dia", disse.
O ministro voltou a dizer que reoneração abre espaço fiscal no orçamento por conta dos valores que o Tesouro precisa repassar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para compensar a renúncia de arrecadação. É um gasto que ocupa espaço fiscal e tem impacto na regra do teto do gasto público. "Coloquei aos lideres que é necessário que esse processo se inicie ainda este ano para que tenhamos também um reforço no Caixa para a cobertura de parte desse déficit previdenciário que será 'bi bilionário'", disse.
Outros temas
Além da reoneração e de tentar fazer avançar as negociações em torno da Eletrobras, o ministro disse que na reunião desta terça-feira, 17, foram discutidas algumas medidas provisórias (MPs) que devem vencer em maio. Marun admitiu, porém, que no caso da MP trabalhista que impactou na Comissão Especial do Congresso não há muito o que fazer e que ela vai caducar.