Previdência tem data marcada, mas só para começar
ÀS SETE - Calendário de discussão do texto na Câmara já viu as possíveis datas de votação serem adiadas inúmeras vezes
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 07h42.
Última atualização em 11 de dezembro de 2017 às 08h04.
Enfim, a data está marcada. O plenário da Câmara deve começar a discutir a reforma da Previdência na próxima quinta-feira 14.
O presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou no sábado que, com isso, pretende manter o cronograma de iniciar a primeira votação do Projeto de Emenda à Constituição (PEC) na terça-feira da semana seguinte.
O problema é que o calendário já viu as possíveis datas de votação serem adiadas inúmeras vezes.
Enquanto isso, o governo utiliza o tempo que tem para tentar angariar votos. A ordem agora é demonstrar otimismo e o trabalho passou a ser coordenado pelo novo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS).
Marun foi convidado pelo presidente Michel Temer para a viagem à Argentina, onde o Mercosul se reúne para tratar do acordo de livre comércio com a União Europeia.
Também embarcou com eles o relator da reforma, deputado Arthur Maia (PPS-BA). Eles devem utilizar a viagem para continuar a traçar planos para convencer deputados a apoiarem a reforma.
Por se tratar de uma PEC, a proposta precisa ser aprovada por 308 dos 513 parlamentares. Até agora, a contagem mais otimista de votos pelo governo ainda não atingia tal número.
O governo segue pressionando partidos aliados para garantir os votos necessários. Até aqui, três siglas – PMDB, PTB e PSS – “fecharam questão” para votarem favoráveis ao texto.
Quando acontece isso, deputados que não seguirem a orientação podem ser punidos. Ainda assim, nada está garantido, já que os parlamentares podem faltar à sessão.
O PPS, por exemplo, fechou questão sobre o tema no sábado, mas dos nove deputados do partido, somente dois se declaram a favor da reforma.
Eleito presidente do PSDB no sábado, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defende que os tucanos também fechem questão sobre o assunto.
De acordo com o site Poder360, pelo menos 14 deputados, dos 46 do partido, são contrários a aprovar a reforma do jeito que está neste momento. Outros 10 não gostariam, mas podem votar favoravelmente pela influência de Alckmin.
Como arma do governo, há ainda o balcão de negócios instalado. Para agradar os deputados, o Planalto comprometeu 43 bilhões de reais a serem gastos nos próximos 15 anos, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.
Um levantamento do jornal apontou que 215 parlamentares se declaram contra a reforma. Isso seria mais do que o suficiente para que ela não fosse aprovada.
Por outro lado, Rodrigo Maia disse que só pautaria o assunto quando ele tivesse condições de passar.