Pressionados, juízes param 24h por auxílio-moradia
ÀS SETE - A greve é uma resposta aos “ataques” sofridos pela magistratura em função do combate à corrupção na Operação Lava Jato
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2018 às 06h43.
Última atualização em 15 de março de 2018 às 07h30.
Está marcada para esta quinta-feira uma paralisação de um dia de juízes federais em todo o Brasil. O protesto foi convocado pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).
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O presidente da entidade, juiz Roberto Veloso, diz que a greve é uma resposta aos “ataques” sofridos pela magistratura em função do combate à corrupção na Operação Lava Jato.
A Ajufe realizou uma consulta entre os associados e mais de 81% dos membros votaram a favor da paralisação. “A indignação contra o tratamento dispensado à Justiça Federal se materializou”, afirmou Veloso.
O levante dos juízes aconteceu logo após uma série de revelações pela imprensa de que famosos magistrados brasileiros recebiam o auxílio-moradia mesmo sendo proprietários de imóveis nas cidades onde estão alocados.
É o caso de Marcelo Bretas, juiz federal da Operação Lava-Jato no Rio, que chegou a entrar na Justiça para receber o benefício, e de Sérgio Moro, que tem apartamento em Curitiba. O ministro Gilmar Mendes é mais um dos que detêm propriedades em Brasília, onde trabalha.
O auxílio-moradia não é ilegal, mesmo para os casos de donos de imóveis no município. O penduricalho foi autorizado a toda a magistratura em liminar concedida pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal.
A data escolhida para a greve dos juízes, não à toa, é a uma semana do julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre a regularidade da liminar de Fux.
Juízes protestam por entenderem que se trata de um direito adquirido, que serve como compensação à falta de reajuste nos salários do Judiciário. O salário de um juiz federal é de aproximadamente 26.000 reais.
Algumas unidades funcionarão em regime de plantão, mas a manifestação da Ajufe nasce quebrada. Na noite de quarta-feira, o Conselho de Representantes da Associação dos Magistrados Brasileiros, a AMB, decidiu que a entidade não participaria da greve desta quinta. A AMB tem 14.000 filiados em todo o país, em todos os setores do Judiciário.