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Pressão de todos os lados

Faz apenas oito dias que Michel Temer assumiu a presidência em definitivo, mas o governo vive um dilema diário: como reagir à pressão das ruas e do mercado com todas as restrições e demandas impostas pelo Congresso? Algum prato acaba caindo. Hoje, o Planalto tenta votar no Senado duas medidas provisórias prestes a perder validade – […]

MICHEL TEMER NO RIO: o presidente sofre pressão das ruas e do Congresso / Carlos Garcia Rawlins/ Reuters
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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2016 às 06h30.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h41.

Faz apenas oito dias que Michel Temer assumiu a presidência em definitivo, mas o governo vive um dilema diário: como reagir à pressão das ruas e do mercado com todas as restrições e demandas impostas pelo Congresso? Algum prato acaba caindo. Hoje, o Planalto tenta votar no Senado duas medidas provisórias prestes a perder validade – uma que reduziu o número de ministérios, e outra que criou o Programa de Parcerias de Investimentos, a cargo de Moreira Franco. O duro vai ser conseguir quórum.

O próprio ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, admitiu ontem que o calendário foi “muito complicado”. Ainda ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que é impossível apreciar a reforma da Previdência antes das eleições municipais – o governo decidiu, na terça-feira, enviar a proposta ao Congresso ainda este mês. Maia lembrou que a Casa terá sessões apenas nos dias 12 e 14, o que faz o ato do governo “inócuo”.

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A questão, como avaliam analistas, é que, na reforma da Previdência, o Planalto está olhando para fora. Economistas têm se aprofundado nas contas e as planilhas comprovam que atingir as metas fiscais impostas será muito difícil – e a Previdência e o teto de gastos são obrigatórios para se chegar lá. Além disso, a pressão das ruas não vai se compadecer do apertado calendário legislativo.

Ontem, nas primeiras aparições públicas no Brasil depois de assumir em definitivo, Temer foi vaiado na abertura da Paralimpíada, no Rio, e no desfile de 7 de setembro, em Brasília. No Maracanã, quando declarou abertos os jogos, ouviu coro de “Fora, Temer”. O governo também foi alvo de protestos em 25 estados nesta quarta-feira. É um coro que só vai ser calado com atos concretos de compromisso com as reformas.

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