Goiânia: a Polícia Civil já adiantou que ao menos três dos presos estão envolvidos com o narcotráfico. (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2013 às 12h31.
Brasília – A Polícia Civil de Goiás informou há pouco que prendeu cinco suspeitos de envolvimento nas mortes de moradores de rua da região metropolitana de Goiânia (GO). Os homens foram detidos por policiais militares, que apreenderam também uma arma, e conduzidos à Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH).
A suspeita é que o grupo tenha participado de alguns dos 29 assassinatos registrados desde agosto de 2012. A Polícia Civil já adiantou que ao menos três dos presos estão envolvidos com o narcotráfico.
As prisões reforçam a tese defendida pelas autoridades locais de que os crimes, ou pelo menos a maioria deles, estão relacionados a dívidas e disputas do narcotráfico.
Ao contrário do que sustentam a ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, e o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, que já declararam ver fortes indícios de que os moradores de rua de Goiânia estão sendo vítimas de grupos de extermínio.
A polícia chegou aos suspeitos a partir das investigações para esclarecer uma tentativa de homicídio frustrada registrada na madrugada do último domingo (15), contra um rapaz de 21 anos. Atingido por dois tiros, ele foi levado ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e sobreviveu.
Segundo o chefe da DIH, delegado Murilo Polati, o rapaz vivia na rua há cerca de dois meses e, ao prestar depoimento à polícia, admitiu vender drogas para sustentar o próprio vício, apontando seu fornecedor – a quem devia dinheiro, como o autor dos disparos. Outro morador de rua que testemunhou o crime também já prestou depoimento.
“Vejo uma tentativa de politizar o assunto”, disse o delegado à Agência Brasil na segunda-feira (16), comentando as declarações da ministra Maria do Rosário.
A ministra anunciou que, ainda esta manhã, vai entregar ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o pedido para que a série de crimes seja federalizada, ou seja, investigada pela Polícia Federal (PF) e julgada na Justiça Federal.