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Presídios são verdadeiras escolas do crime, diz Cardozo

Ministro da Justiça reafirmou a posição do governo contrária à redução da maioridade penal


	"Colocar crianças dentro dos presídios para serem capturados por essas organizações criminosas?”, disse José Eduardo Cardozo
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

"Colocar crianças dentro dos presídios para serem capturados por essas organizações criminosas?”, disse José Eduardo Cardozo (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2015 às 16h45.

Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (16) que a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos colocaria os jovens em unidades prisionais com criminosos experientes e que comandam ações fora dos presídios.

Segundo o ministro, com isso os jovens poderiam facilmente ser cooptados por organizações criminosas. "Nossos presídios são verdadeiras escolas do crime."

"Nessas unidades atuam organizações criminosas que comandam a violência fora das prisões. Sabemos que o comando de boa parte da violência, dos crimes, das drogas e situações que aterrorizam o cidadão vem de dentro do presídio. O que vamos fazer? Colocar crianças e adolescentes dentro dos presídios para serem capturados por essas organizações criminosas?”.

Ao participar de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, o ministro reafirmou a posição do governo contrária à redução da maioridade penal.

Para Cardozo, a discussão sobre o tema ganhou uma dimensão plebiscitária, de sim ou não. "É preciso superarmos isso, de moso a encontrarmos a melhor resposta".

José Eduardo Cardozo também respondeu a deputados sobre os reflexos que a redução da maioridade penal teria em outras determinações legais envolvendo crianças e adolescentes, entre elas a idade para dirigir e a limitação de venda de bebidas alcoólicas para jovens.

“Na nossa avaliação, no Código Nacional de Trânsito a redução pode ser automática. Jovens de 16 anos poderão dirigir, porque o artigo 140 do código diz que, para dirigir, é preciso ser penalmente imputável. Também atingirá a questão da venda de bebidas alcoólicas”, observou o ministro.

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