A presidente Dilma cumprimenta o colega francês na reunião de cúpula do G20, em São Petersburgo (Eric Feferberg/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 15h34.
Paris - O presidente francês, François Hollande, vai iniciar nesta quinta-feira uma visita oficial ao Brasil, com o objetivo de reforçar a aliança estratégica entre os dois países, um ano depois da visita da presidente Dilma Rousseff à França.
Durante sua estadia de dois dias no Brasil, Hollande visitará Brasília e São Paulo.
Segundo a Presidência francesa, esta visita é destinada a "fortalecer a aliança estratégica" entre os dois países, em um momento de grande ampliação das trocas comerciais e dos investimentos.
A França é o quinto maior investidor estrangeiro no Brasil, onde estão presentes entre 500 e 600 empresas francesas.
Vários contratos anunciados anteriormente serão assinados durante a visita: a participação da Total no campo de petróleo de Libra; a venda de um satélite de telecomunicações para uso civil e militar Arianespace e Thales (por um total de 400 milhões de euros); e um contrato de bilhões de euros com a Areva para a construção de um terceiro reator nuclear na usina de Angra.
Não há informações sobre a delicada questão dos caças Rafale. O caça francês do grupo Dassault compete com o F/A-18 Super Hornet da americana Boeing e com o Gripen NG da sueca Saab, em uma licitação para a compra de 36 aeronaves no valor de mais de 5 bilhões de euros.
"Há uma oferta francesa sobre a mesa", mas a França não quer "pressionar". "Cabe às autoridades brasileiras tomarem decisões no momento adequado", declarou em Paris.
Eric Trappier, presidente do grupo francês, fará parte da delegação empresarial que vai acompanhar o presidente Hollande.
Além das reuniões a serem realizadas com Dilma Rousseff, Hollande vai se reunir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma semana depois do início da intervenção francesa na República Centro-africana, o presidente francês vai abordar o tema com a presidente brasileira que advertiu para o risco "das velhas tentações coloniais", quando a França interveio no Mali.
A preparação da conferência sobre o clima prevista para Paris em 2015 e os intercâmbios universitários franco-brasileiros também aparecem na agenda de conversas.
Oito ministros acompanharão o chefe de Estado francês durante a sua viagem ao Brasil: Laurent Fabius (Relações Exteriores), Christiane Taubira (Justiça), Nicole Bricq (Comércio Exterior), Geneviève Fioraso (Ensino Superior e da Pesquisa Científica), Victorin Lurel (Territórios Ultramarinos), Valérie Fourneyron (Esporte), Benoît Hamon (Economia Social e Solidária), Guillaume Garot (Indústria Alimentar).
Antes da Copa do Mundo, jogador condecorado
No Brasil, a seis meses da Copa do Mundo de 2014, François Hollande, fã de futebol, entregará a Legião de Honra francesa ao ex-jogador brasileiro Raí, destaque do PSG nos anos 90, por suas ações em favor educação.
Na sexta-feira, Hollande vai atravessar a fronteira entre Brasil e Guiana Francesa, para uma visita ao território francês.
Em Cayenna, visitará a base militar de Matoury para discutir a luta contra a pesca ilegal e a exploração de ouro pelos garimpeiros, muitos deles brasileiros.
O Brasil e a França assinaram em 2008 um tratado para combater a mineração ilegal de ouro, mas o Brasil ainda não o ratificou.
Hollande também visitará na Guiana as obras de um centro esportivo que servirá como uma espécie de base avançada da Copa do Mundo no Brasil, onde jogadores franceses ou estrangeiros podem passar por um período de aclimatação.