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Após se reunir com Dilma, Cid Gomes ataca FHC

O governador defendeu Dilma Rousseff, que havia sido chamada de "ingrata" pelo ex-presidente

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2013 às 19h30.

Brasília - Após se reunir com a presidente Dilma Rousseff, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), saiu em defesa da petista nesta terça-feira, dizendo que ela não tem que agradecer por nada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que afirmou na segunda-feira que Dilma era "ingrata" ao não reconhecer a herança do governo do PSDB para o país.

"Se o Fernando Henrique tivesse feito algum favor a Dilma, ele teria algum motivo para dizer que ela é ingrata. Mas qual foi o favor que o Fernando Henrique fez a Dilma? Nenhum", disse Cid aos jornalistas ao sair da reunião com a presidente.

A declaração de Fernando Henrique foi uma resposta ao discurso da presidente na semana passada, quando o PT festejou 33 anos de fundação e dez anos no comando do governo federal. Na ocasião, Dilma afirmou que o governo petista não havia "herdado" nada dos tucanos e que o PT teve que "construir" tudo.

Para Cid, Dilma não tem porque agradecer aos tucanos também porque assumiu depois do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, portanto, foi essa herança que recebeu. Ele aproveitou para criticar a gestão do PSDB no governo federal.

"Vamos fazer um esforço de memória? O Lula encontrou o Brasil com FMI (Fundo Monetário Internacional), ninguém podia fazer nada sem pedir permissão ao FMI, a dívida do país num patamar dos mais elevados da nossa história e o patrimônio do país reduzido a um terço... Se a herança que ele (Fernando Henrique) diz é essa, me perdoe, mas ele devia... esquecer um pouco", argumentou o governador cearense.

A troca de farpas entre governo e oposição tem aumentado nas últimas semanas desde que a presidente começou a preparar seu projeto de reeleição, conversando com partidos aliados e pedindo apoio para 2014, levando a oposição a também antecipar sua estratégia para a disputa eleitoral.


CIRO

Cid também afirmou que não está trabalhando a pedido de Dilma contra a possível candidatura ao Palácio do Planalto do presidente da sua legenda, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

"Isso é procurar chifre em cabeça de cavalo", disse Cid, que publicamente defende que o PSB apoie a reeleição de Dilma em 2014 e deixe o projeto de candidatura própria para 2018, ou ainda assuma o lugar de vice-presidente na próxima eleição, substituindo o PMDB. Essa hipótese já foi rejeitada pelos peemedebistas.

Cid disse ainda que não há uma briga no partido, depois que seu irmão, Ciro Gomes, ter afirmado que Campos não teria propostas para o Brasil e, por isso, não deveria se candidatar à Presidência.

"Conversei com o Ciro hoje (terça), eu não tinha conversado com ele, o que ele me disse é que não fez nenhum gesto de agressão ao Eduardo. Disse que tem preocupações com projetos para o Brasil, e falou isso genericamente", relatou Ciro.

"Eu já tinha conversado com o Eduardo, o Eduardo me disse também brincando que a mãe dele dizia que dois só brigam quando os dois querem, quando um não quer não tem briga. E ele jamais vai brigar com o Ciro. Então, eu espero que essa questão seja ou esteja superada", afirmou o governador cearense.

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