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Presidente dos Correios nega uso político da empresa

Em entrevista à imprensa, o presidente da estatal, Wagner Pinheiro, disse que “o trabalho dos Correios obedece a critérios estritamente operacionais”

Correios: presidente disse que está previsto em lei casos de envio sem chancela e com autorização especial (Lia Lubambo/ Arquivo EXAME)
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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2014 às 20h21.

Brasília - Os Correios voltaram a negar hoje (2) o uso político da empresa na distribuição de material de campanha de candidaturas políticas. Em entrevista à imprensa, o presidente da estatal, Wagner Pinheiro, disse que “o trabalho dos Correios obedece a critérios estritamente operacionais”.

Nesta quinta-feira, um vídeo divulgado nas redes sociais mostra um carteiro entregando material de campanha sem marcas aparentes da empresa.

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Para o presidente dos Correios, as imagens mostram o trabalho de envio de mala direta sem endereço para o qual a empresa foi contratada.

“Não há, pelo que eu vi no vídeo, uma ilegalidade”, disse.

Durante a entrevista, Pinheiro também foi indagado sobre sua participação, em Minas Gerais, em ato de campanhas petistas.

Ontem (1º), uma reportagem no portal do jornal O Estado de S. Paulo apresentou uma gravação em vídeo de um encontro em que esteve presente.

No vídeo, o deputado estadual Durval Ângelo (PT) disse que Dilma chegou aos 40% das intenções de votos em Minas Gerais porque “tem dedo forte dos petistas dos Correios”.

Em nota, os Correios declararam que “não há qualquer adesão da empresa Correios, mas de pessoas que como quaisquer outras, têm o direito constitucional de, como cidadãs, se engajarem politicamente”.

Wagner Pinheiro disse ainda que cumpriu agenda como presidente da empresa no estado, naquele dia, mas que, por ter sido convidado para a reunião, arcou com todas as despesas de translado e hospedagem.

Na avaliação dele, a participação “não fere nenhuma norma de agente público”, já que as atividades são fora do horário de trabalho.

Questioando sobre o envolvimento de trabalhadores da estatal nas atividades políticas, Pinheiro disse que “os Correios não mobilizam funcionários para nenhuma campanha. Os cidadãos se organizam livremente e fazem campanhas para seus candidatos”.

Os Correios já haviam se manifestado, em nota, que a atividade pessoal dos trabalhadores, fora do local e do expediente de trabalho, não se confunde com as das empresas.

O candidato do PSDB, Aécio Neves, disse que vai acionar, ainda esta quinta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a Procuradoria Eleitoral para que investigue as denúncias de uso dos Correios na campanha da candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), e do candidato ao governo de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT).

Ele argumenta que houve abuso de poder político e econômico e prática de conduta vedada no envio de 4,8 milhões de cartas da candidata sem observação das regras como a inscrição do CNPJ e do nome da coligação.

Além disso, o tucano reclama de extravio de parte dos materiais dele que deveria ter sido entregue em Minas e também da demora do envio, em comparação com a remessa de panfletos da atual presidenta.

Em resposta às críticas feitas pelo candidato tucano, o presidente dos Correios disse que está previsto em lei casos de envio sem chancela e com autorização especial, a exemplo de quando não há marcas dos Correios nos materiais.

Isso já teria ocorrido em anos anteriores e também neste ano, em contratos com outros partidos.

Pinheiro detalhou os serviços prestados no estado e informou que a entrega das malas diretas contratadas por todas as candidaturas será feita até esta sexta (3).

Segundo a empresa, a distribuição de 32,7 milhões de materiais, dos quais 40% do PSDB, seguiu o cronograma previsto e divulgado. A previsão é que amanhã sejam enviadas 1.068.170 correspondências.

A crítica ao envio de materiais sem estampa também foi feita em setembro, quando tanto os Correios como Dilma vieram a público negar favorecimento.

Os Correios informaram ainda que o serviço de mala direta tem sido usado por diversos partidos nestas eleições.

Ao todo, 1.852 partidos, coligações ou candidatos utilizaram a mala direta com pagamento à vistas, para enviar 141,7 milhões de materiais.

Segundo a empresa, até agora, DEM, PDT, PHS, PMDB, PP, PPS, PR, PSB, PSC, PSDB, PSL, PT, PTdoB, PTN, PV contrataram o serviço.

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