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Presidente da Sabesp vai deixar cargo em 2015

Em gravação vazada de uma reunião na estatal, Dilma Pena diz que população não foi avisada de gravidade por "orientação superior"

Dilma Pena, presidente da Sabesp: dirigente confirma oficialmente sua saída (Divulgação)

Vanessa Barbosa

Publicado em 20 de dezembro de 2014 às 09h56.

São Paulo - Desgastada pela crise hídrica que toma conta do Estado de São Paulo, a presidente da Sabesp admitiu que vai deixar o cargo no próximo ano.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo , em carta enviada a funcionários da empresa, Dilma Pena confirma oficialmente sua saída, que já era esperada por conta do desgaste de sua gestão em meio à crise de abastecimento.

No mês de outubro, em gravação vazada de uma reunião na estatal, a dirigente diz que a população não foi devidamente avisada sobre a gravidade do problema e da necessidade de poupar água por "orientação superior".

Durante depoimento à CPI da Sabesp, na Câmara Municipal de São Paulo, Dilma deu mais sinais de como interesses políticos podem ter influenciado na gestão da crise.

"Não podíamos falar a palavra 'seca'. Só alertar para a economia. Não podíamos falar da gravidade da situação", disse na ocasião.

Sobretaxa

Há sete meses consecutivo, o sistema Cantareira, principal fonte de abastecimento da Grande São Paulo, não dá sinais de alta.Com o aprofundamento da crise, ogoverno de São Paulo decidiu implementar uma "sobretaxa na conta" dos consumidores que aumentarem os gastos com água.

A medida começa a valer a partir de 1º de janeiro de 2015.Com a multa, chamada de "tarifa de contigência", o governo visa controlar a demanda por água e afastar o risco de um colapso no abastecimento.

A base de comparação para aplicação da sobretaxa será a média de consumo de água verificada entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014.

Segundo o documento, quem aumentar em 20% o cosumo em relação à média desse período pagará 20% a mais na conta de água e esgoto. Se o o aumento no consumo for superior a 20%, a sobretaxa será de 50%.

Saiba mais sobre os detalhes aqui.

São Paulo – As chuvas já ficaram mais frequentes em São Paulo neste mês de novembro. Mesmo assim, dados da Sabesp mostram que o nível de água nos reservatórios que atendem a região metropolitana continua preocupante. Na sexta-feira, o Sistema Alto Tietê chegou a 4,2% de sua capacidade. O Cantareira atingiu 7,5%. Mesmo com a economia dos consumidores, a situação permanece crítica. Parte da explicação pode estar em números do governo federal. Em relatórios elaborados nos últimos anos, a Agência Nacional de Águas (ANA) constatou que o Brasil tem bastante capacidade de armazenamento de água. Porém, a maior parte de nossos recursos está na região amazônica, onde há poucos habitantes. Já em 2010, um documento da ANA previa que, até 2015, 55% dos municípios do país poderiam ter abastecimento deficitário. Veja nos slides acima esses e outros números que mostram o quadro do abastecimento de água no Brasil e evidenciam que esse deve ser um problema presente em nosso cotidiano nos próximos anos.
  • 2. Cidades que desperdiçam

    2 /2(Marcos Santos/ USP Imagens)

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    Segundo o jornal Folha de S. Paulo , em carta enviada a funcionários da empresa, Dilma Pena confirma oficialmente sua saída, que já era esperada por conta do desgaste de sua gestão em meio à crise de abastecimento.

    No mês de outubro, em gravação vazada de uma reunião na estatal, a dirigente diz que a população não foi devidamente avisada sobre a gravidade do problema e da necessidade de poupar água por "orientação superior".

    Durante depoimento à CPI da Sabesp, na Câmara Municipal de São Paulo, Dilma deu mais sinais de como interesses políticos podem ter influenciado na gestão da crise.

    "Não podíamos falar a palavra 'seca'. Só alertar para a economia. Não podíamos falar da gravidade da situação", disse na ocasião.

    Sobretaxa

    Há sete meses consecutivo, o sistema Cantareira, principal fonte de abastecimento da Grande São Paulo, não dá sinais de alta.Com o aprofundamento da crise, ogoverno de São Paulo decidiu implementar uma "sobretaxa na conta" dos consumidores que aumentarem os gastos com água.

    A medida começa a valer a partir de 1º de janeiro de 2015.Com a multa, chamada de "tarifa de contigência", o governo visa controlar a demanda por água e afastar o risco de um colapso no abastecimento.

    A base de comparação para aplicação da sobretaxa será a média de consumo de água verificada entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014.

    Segundo o documento, quem aumentar em 20% o cosumo em relação à média desse período pagará 20% a mais na conta de água e esgoto. Se o o aumento no consumo for superior a 20%, a sobretaxa será de 50%.

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