Brasil

Presidente da GM Brasil diz que não descarta demissões

Em discurso alinhado com Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Santiago Chamorro defendeu aumento no período máximo de lay-off


	GM: presidente global da montadora destacou os investimentos no Brasil
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

GM: presidente global da montadora destacou os investimentos no Brasil (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2015 às 14h49.

São Paulo - O presidente da General Motors do Brasil, Santiago Chamorro, disse nesta segunda-feira, 26, que a empresa acompanha o desempenho do setor automotivo e da economia como um todo, o que não permite garantir que não haverá demissões este ano.

Em um discurso alinhado com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), ele defendeu um aumento no período máximo de lay-off, atualmente de cinco meses.

"Nós temos acordos para alguns programas de lay-off nas unidades de São José dos Campos e São Caetano do Sul. Sempre acreditamos que o período máximo de lay-off de cinco meses é muito curto e, se estendido, deve ajudar a manter o nível de emprego", comentou.

Questionado diretamente se poderia garantir que não haverá demissões este ano, a exemplo do que aconteceu na Volkswagen e na Mercedes-Benz, ele não quis de comprometer.

"Não posso garantir... Temos de acompanhar a indústria (automotiva), o mercado. A esta altura, temos os programas de lay-off aprovados e precisamos ver como será o segundo semestre em termos de vendas", afirmou.

As declarações foram feitas durante uma cerimônia para comemorar os 90 anos da GM no Brasil e a inauguração de um novo centro logístico na unidade de São Caetano do Sul, no ABC paulista.

O presidente global da montadora, Dan Ammann, que também participou do evento, destacou os investimentos no Brasil.

A empresa anunciou recentemente um plano de investimento recorde de R$ 6,5 bilhões para o período 2014-2018.

Ao ser indagado se a desaceleração da economia brasileira poderia levar a uma revisão desse volume, ele afirmou acreditar no mercado a longo prazo.

"Acredito que vamos continuar a crescer e comprometidos com a manutenção da liderança de mercado".

Ammann reconheceu, no entanto, que 2015 deve ser um ano desafiador, mas aposta em uma melhora a partir do segundo semestre.

O executivo comentou que a nova equipe econômica do governo Dilma Rousseff tem dado sinais iniciais positivos, mas disse que é preciso ver como as coisas se desenvolvem.

"Esperamos ver as mudanças que precisam ser feitas", comentou.

Inauguração

O novo centro de logística inaugurado nesta segunda na unidade da GM em São Caetano do Sul teve um investimento de R$ 100 milhões.

Com área equivalente a quatro campos de futebol e um pé direito semelhante ao de um prédio de cinco andares, o centro utiliza método de gerenciamento inovador que servirá de referência a futuras unidades de armazenagem e abastecimento de materiais da GM no mundo.

A unidade movimentará diariamente cerca de 1,4 milhão de componentes, entre peças de acabamento, de tapeçaria e mecânicas destinadas ao abastecimento da linha de montagem local, que produz cinco dos 11 modelos nacionais da marca.

Mais antigo complexo industrial da GM no Brasil, a fábrica de São Caetano do Sul já passou por diversas ampliações e atualmente tem uma capacidade produtiva de aproximadamente um carro por minuto.

O novo centro logístico vai possibilitar uma economia de energia de 60% graças à utilização de tecnologias como a de paredes translúcidas térmicas, que deixam a luz natural entrar sem que haja um aumento da temperatura interna.

"Nós anunciamos, mesmo com uma situação econômica desfavorável, um investimento de R$ 6,5 bilhões no Brasil, para cumprir a legislação sobre inovação e também modernizar nossas fábricas", disse o presidente da GM América Latina, Jaime Ardila.

Segundo ele, um pouco mais da metade desses investimentos será no Estado de São Paulo, com a unidade de São Caetano do Sul recebendo quase R$ 3 bilhões.

O governo de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que participou da inauguração na fábrica da GM, disse que a indústria automotiva tem uma importância econômica e social muito grande, ajudando no avanço da inovação e sustentabilidade.

Ele afirmou que é preciso estimular a exportação e disse que o governo já tem feito a sua parte, com a duplicação de estradas ligando a região aos portos do Estado.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaDemissõesDesempregoEmpresasEmpresas americanasgestao-de-negociosGM – General MotorsIndústriaMontadoras

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP