Curtas – uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo
O atual CEO da GE, Daurio Speranzini Júnior, foi preso nesta quarta-feira em nova fase da Operação Lava Jato
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2018 às 06h49.
Última atualização em 5 de julho de 2018 às 07h24.
Presidente da GE é preso
O ex-presidente da Philips Medical Systems no Brasil e atual CEO da GE para a América Latina, Daurio Speranzini Júnior, foi preso nesta quarta-feira por suspeita de envolvimento em um esquema de fraude em licitações para o fornecimento de equipamentos médicos e hospitalares no Rio de Janeiro. Além dele, outras 21 pessoas tiveram a prisão decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal por suspeita de envolvimento no esquema que que revela uma nova área envolvida em um amplo esquema de corrupção. Além das prisões, foram expedidos mandados de busca e apreensão a serem cumpridos em 44 endereços, incluindo nos prédios da Philips e da Johnson & Johnson do Brasil, de acordo com o MPF. O supervisor de vendas da Philips à época dos fatos investigados, Frederik Knudsen, também foi preso, de acordo com o MPF. A operação que prendeu Speranzini, batizada de Ressonância, é um braço da Lava Jato e investiga um total de 37 empresas por suspeita de terem participado de um cartel para fraudar contratos da área de saúde firmados pelo governo estadual do Rio de Janeiro e pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), uma unidade federal que fica na região portuária da capital fluminense.
Aprovação relâmpago
Em uma sessão de menos de cinco minutos, deputados e senadores aprovaram, em comissão especial, a Medida Provisória 832/18, que estabelece um preço mínimo para os fretes de carga no país — uma das demandas da greve dos caminhoneiros. O texto agora segue para o plenário da Câmara, onde o relator da MP, deputado Osmar Terra (MDB-RS), tenta um acordo para garantir a aprovação da medida ainda nesta quarta. Segundo o Estadão, Terra negociou com os caminhoneiros autônomos para que abram mão do passivo acumulado desde a edição da MP até agora, que equivale à diferença entre a tabela do frete e o valor efetivamente cobrado pelos serviços de transporte. Pela MP, os caminhoneiros têm direito a cobrar na Justiça uma indenização equivalente ao dobro dessa diferença. Representantes do agronegócio pedem que os caminhoneiros perdoem este passivo. O perdão, porém, está condicionado à rápida aprovação da MP, conforme ficou acertada na conversa com os caminhoneiros. A proposta estabelece que caberá à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicar duas vezes ao ano (até 20 de janeiro e até 20 de julho) os preços mínimos do frete referentes ao quilômetro rodado, por eixo carregado, considerando distâncias e especificidades das cargas e priorizando o custo do óleo diesel e dos pedágios. A agência também publicará a planilha de cálculos utilizada para a obtenção dos preços mínimos.
Bolsonaro (sem Lula)
Pesquisa DataPoder360 mostra que se as eleições presidenciais fossem hoje, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fosse candidato, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) seria o favorito para ocupar o cargo com 21% das intenções de voto. De acordo com o levantamento, realizado entre os dias 25 e 29 de junho com 5.500 eleitores, Ciro Gomes (PDT), que somou 13% da preferência do eleitorado, aparece em segundo com leve vantagem em relação aos outros quatro nomes que se embolam em terceiro lugar: Geraldo Alckmin (PSDB) com 8%, Marina Silva (Rede) com 7% e Fernando Haddad (PT), com 6%. Nas quatro simulações de segundo turno feitas pelo DataPoder360, Bolsonaro lidera em todos os cenários. Contra Ciro, tem 36% da preferência contra 26% do pré-candidato do PDT. Contra Marina, ele mantém os 36%, mas fica perto dos 31% da ex-senadora. Já o potencial de voto do ex-presidente Lula, preso há quase três meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ainda é alto. Se puder concorrer, 24% dizem que votariam nele com certeza – outros 11% afirmam que poderiam votar.
Transição para a intervenção
Em entrevista à Agência Brasil, o general interventor na segurança pública do Rio de Janeiro, Walter Braga Netto, afirmou que uma prorrogação da intervenção federal no Estado é “completamente desnecessária”, mas que conversará com o próximo governador caso ele queira continuar com a medida — inicialmente, a intervenção termina no dia 31 de dezembro. “O que fica depois de 31 [de dezembro] é o pessoal que vai fazer a transição e o legado. Eu já estou treinando esse pessoal. Quando nós sairmos, eles vão continuar a transição.”, afirmou. Nesta semana, 13 pessoas morreram em 24 horas no Rio, em decorrência de uma briga de traficantes, segundo a Folha de S.Paulo.
Efeito greve na indústria
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), e mostrou que a produção industrial do país teve uma queda de 10,9%, em junho. A produção de bens duráveis, encolheu 27,4% ante abril, e foi influenciada em grande parte pela pela queda na produção de automóveis, de quase 30%. Em relação a maio de 2017, a produção industrial diminuiu 6,6%, tendo a queda mais intensa desde outubro de 2016. Segundo o Instituto, esta foi a maior queda na produção desde 2002, e foi motivada principalmente por conta da paralisação dos caminhoneiros, em maio. Segundo o diretor da pesquisa, André Macedo, a greve desarticulou o processo de produção em si, seja pelo abastecimento de matéria-prima, seja pela questão da logística na distribuição. “A entrada do mês de maio caracterizou uma redução importante no ritmo de produção”.
Petrobras fecha acordo com China
A Petrobras assinou, nesta quarta-feira, uma carta de intenções com a China National Petroleum Corporation International (CNPCI), subsidiária integral da CNPC, para retomar as obras na refinaria do Comperj e promover investimentos de revitalização na área de Marlim. O anúncio ocorre um dia após a empresa informar a suspensão de venda de alguns ativos em razão de uma decisão cautelar do Supremo Tribunal Federal (STF). Em comunicado, a estatal declarou que, quando concluída, a parceria com os chineses permitirá utilizar o óleo pesado produzido no cluster de Marlim – que abrange os campos de Marlim, Voador, Marlim Leste e Marlim Sul, todos na Bacia de Campos – para processamento no Comperj, que conta com infraestrutura adequada para esse tipo de petróleo, mas cujas obras estão interrompidas desde 2015.
Boeing e Embraer: negócio mais próximo
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o governo federal deu aval ao prosseguimento do acordo entre as fabricantes de aviões Boeing (americana) e Embraer (brasileira), após meses de negociação. Nesta terça-feira, o Valor Econômico já havia adiantado que as empresas vão divulgar em breve um comunicado conjunto detalhando a criação de uma terceira empresa, que incorporará a linha de aviação regional da Embraer. Segundo a Folha, o controle da nova empresa será 80% da Boeing e 20% da Embraer, com presença brasileira no conselho. O negócio, no entanto, ainda não está totalmente fechado. O governo realizará auditorias que podem levar de três a quatro meses, segundo o jornal. Após esse processo, o Conselho de Administração da Embraer ainda precisará ser consultado, com prazo de um mês para deliberação final. A União tem acento no conselho com direito a veto. Pela manhã, os papéis da companhia operavam em alta com as notícias. Às 11h50, as ações ordinárias subiam cerca de 6%, chegando a 27,82 reais. A companhia fechou o dia com alta de 3,73%, valendo 26,95 reais.
Aulas de mergulho
Os doze meninos e o treinador presos em uma caverna, na Tailândia, começaram a ter aulas de mergulho, nesta quarta-feira. A medida, segundo o governo tailandês, é para assegurar que o time saiba respirar com equipamentos de mergulho, enquanto se discute a melhor maneira de realizar seu resgate. Os meninos e o técnico tailandês estão presos em uma caverna há 12 dias. Fotos divulgadas pela Marinha mostraram que eles estão bem de saúde. A saída via mergulho é considerada a hipótese mais arriscada, mas pode ser a única opção caso as chuvas previstas para as próximas semanas inundem o local. Para autoridades, ainda é muito prematuro dizer quando eles serão resgatados.
China deixa acordo ambiental
A agência de aviação da Organização das Nações Unidas anunciou, nesta quarta-feira, que a China não faz mais parte do acordo para a redução de emissões de gases na aviação. O acordo para a redução de emissões de gases do setor aéreo (conhecido como CORSIA) foi firmado em 2016, entre 29 países, e sua primeira fase entrará em vigor em 2021. O acordo prevê limites nas emissões de carbono, ou compra de carbono para os países participantes. Embora a China não conste na lista dos países participantes, não se sabe o motivo de sua saída. Para ambientalistas, a participação do país asiático é vital para que o acordo se mantenha. Além deles, analistas afirmaram que a Europa se esforçará para que a China continue no CORSIA.