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Presidente da Funai se antecipa ao governo e pede demissão do cargo

Franklimberg Ribeiro de Freitas admitiu enfrentar forte pressão da bancada ruralista pela sua saída da entidade

Freitas: ainda não há um novo nome confirmado para ocupar a presidência da Funai (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de abril de 2018 às 22h07.

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Franklimberg Ribeiro de Freitas, decidiu se antecipar à decisão do presidente Michel Temer e entregou seu pedido de demissão ao Ministério da Justiça, na noite desta quinta-feira, 19.

Freitas admitiu que estava enfrentando uma forte pressão da bancada ruralista e que não lhe restava outro caminho. "Foi uma decisão pessoal, por conta do que vinha ocorrendo. Decidi me antecipar e me exonerar do cargo", afirmou.

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O presidente da Funai criticou o uso de supostas manifestações de indígenas que teriam sido contrárias à sua permanência no cargo. Segundo ele, a Funai recebeu diversas cartas em que lideranças indígenas negavam ter solicitado a sua saída do comando da Funai, ao contrário do que foi divulgado por parlamentares da bancada ruralista.

Ainda não há um novo nome confirmado para ocupar o posto. Nesta quinta-feira, Freitas indicou como substituto o diretor da Funai Rodrigo Faleiro. A bancada ruralista defende que o cargo seja ocupado pelo diretor Francisco Nunes. É possível, no entanto, que outro nome ainda seja escolhido pelo Palácio do Planalto.

O tema está sendo debatido entre o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Freitas disse ainda que tomou conhecimento que os dois ministros e o deputado André Moura (PSC-CE) acordaram que ele seria substituído, mas não sabe quem vai ficar no seu lugar.

Na terça-feira, o jornal O Estado de S.Paulo revelou que o governo acolheu pedido apresentado pela bancada ruralista para exonerar Freitas. Cerca de 40 deputados e senadores da bancada ruralista apresentaram uma carta ao presidente, solicitando a demissão do servidor, sob o argumento de que o atual presidente da Funai não tem colaborado com o setor.

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