Brasil

Presidente da Funai confirma que foi exonerado do cargo

"A informação que tive é que na quinta, quando a Funai volta ao Ministério da Justiça, já não estarei aqui", disse o general Franklimberg Ribeiro de Freitas

Franklimberg Ribeiro de Freitas: general foi exonerado do posto de presidente da Funai após pressão de ruralistas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Franklimberg Ribeiro de Freitas: general foi exonerado do posto de presidente da Funai após pressão de ruralistas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de junho de 2019 às 17h50.

Brasília — O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), o general Franklimberg Ribeiro de Freitas, confirmou que foi exonerado do cargo. A informação foi antecipada nesta terça-feira (11) pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Na tarde desta terça, Franklimberg disse à reportagem que recebeu uma ligação do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, informando que sua exoneração será publicada nesta quarta-feira (12), no Diário Oficial da União.

Conforme revelou o Estado, Franklimberg, que estava há menos de cinco meses no cargo, passou a ser alvo de pressão de ruralistas liderados pelo secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura (Mapa), Luiz Antonio Nabhan Garcia.

 

Questionado sobre o assunto, o general disse que a Funai continua a ser alvo de interesses sem nenhuma relação com a causa indígena e que estes, mais uma vez, prevalecem no caminho da autarquia ligada ao Ministério da Justiça (MJ).

"A realidade é que, infelizmente, assessores do presidente da República que pensam quem conhecem a vida e a realidade dos povos indígenas têm assessorado muito mal o presidente da República", disse Franklimberg, sem citar o nome de Nabhan.

Luiz Antonio Nabhan Garcia é amigo de longa data do presidente Jair Bolsonaro. Presidente licenciado da União Democrática Ruralista (UDR), passou a ser o principal articulador das mudanças na demarcação de terras indígenas e licenciamento ambiental envolvendo essas áreas. Ocorre que o governo não conseguiu manter a Funai debaixo de seu controle no Mapa e viu a Funai voltar para o MJ, após derrota no Congresso.

"A informação que recebi é que, na quinta-feira (13), quando a Funai volta para o Ministério da Justiça, já não estarei aqui. Há vetores externos sobre a Funai que, em seu histórico, sempre estão prevalecendo sobre as políticas indígenas", disse o general. "Não fiz nada de errado. Procurei cumprir com todas as missões institucionais e as políticas do governo. Hoje o futuro da Funai é incerto. Não há como definir o amanhã."

Acompanhe tudo sobre:FunaiGoverno BolsonaroMinistério da Justiça e Segurança Pública

Mais de Brasil

Governo transfere R$ 6,5 bilhões para fundo de reconstrução do Rio Grande do Sul

Defesa de Daniel Silveira alega que ida ao shopping não feriu cautelar, mas saída era proibida

Risco de desabamento suspende buscas na ponte entre Maranhão e Tocantins