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Prefeituras deixam de pagar e lixo se acumula no litoral

No total, seis municípios do litoral enfrentam problemas e têm, juntos, um débito estimado que ultrapassa os R$ 116 milhões

Lixo: as cidades de Cubatão, Peruíbe e São Vicente estão sem coleta de resíduos desde a semana passada (Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de novembro de 2016 às 10h24.

Santos - Turistas que foram em busca das praias do litoral paulista durante o feriado se depararam nesta terça-feira, 15, com montes de lixo depositados nas ruas.

As cidades de Cubatão, Peruíbe e São Vicente estão sem coleta de resíduos desde a semana passada porque as prefeituras têm dívidas com as empresas responsáveis pela realização serviço. No total, seis municípios do litoral enfrentam problemas e têm, juntos, um débito estimado que ultrapassa os R$ 116 milhões.

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Em São Vicente, a dívida com a empresa Terracom, responsável pela coleta, é de R$ 9 milhões e ainda não há acordo oficial. O serviço foi suspenso na última quinta-feira e há lixo acumulado até na faixa litorânea. A empresa alega falta de pagamento de R$ 6 milhões.

Em Cubatão, a coleta parou na sexta-feira passada. Na manhã de ontem, dezenas de sacos de lixo ficaram espalhados pela Avenida Nove de Abril, que concentra a maior circulação de pessoas da cidade. Voluntários de uma empresa privada recolheram parte dos resíduos nas primeiras horas da manhã desta terça.

Motoristas e pedestres eram obrigados a desviar dos entulhos para seguir andando pelas calçadas. A chuva arrastou parte deles para as bocas de lobo, com risco de entupimento com a intensificação das chuvas neste fim de ano. O município deve aproximadamente R$ 16 milhões à Terracom e firmou um acordo com a empresa, que interrompeu a coleta porque as parcelas não foram pagas.

Em Peruíbe, a coleta também foi paralisada no fim da semana passada pela empresa Litucera, que também alegou falta de pagamento. Os sacos de lixo encheram as caçambas coletoras e caíram nas calçadas, principalmente nas ruas da região central e na orla. Comerciantes, moradores e turistas reclamavam do mau cheiro e do descaso com o serviço não realizado.

Inconformados com a situação, alguns moradores chegaram a depositar sacos de lixo na porta da sede da prefeitura, que não tinha atividades nesta terça.

O secretário de Comunicação, Tuca Fumagalli, disse que a suspensão do serviço foi arbitrária. "O contrato prevê um prazo de 90 dias para a suspensão do serviço em caso de não pagamento e isso não está sendo cumprido", disse.

Segundo ele, a escala de pagamento foi afetada pela queda na arrecadação. A prefeitura recorreu à Justiça para a retomada do serviço e aguarda julgamento do pedido.

À tarde, Fumagalli disse ter chegado a um acordo para a retomada imediata da coleta. Hoje, devem ser finalizados os termos dos pagamentos atrasados.

Região

No Guarujá o serviço também chegou a ser interrompido na semana passada, mas foi retomado após decisão da Justiça, que obrigou a empresa a retomar a coleta diária na região.

Apesar disso, os dias de paralisação provocaram um grande acúmulo e ainda havia muita sujeira pela cidade, que deve mais de R$ 21 milhões à Terracom.

A dívida da prefeitura de Santos com a mesma empresa é a maior da região, estimada em aproximadamente R$ 70 milhões. Uma negociação está em andamento para pagamento de parcelas e o serviço de coleta não foi interrompido.

A reportagem não conseguiu contato com as prefeituras de São Vicente, Cubatão, Guarujá e Santos nesta terça-feira, 15.

Não foi a primeira vez que as empresas tiveram de interromper o serviço por problemas no pagamento pelas prefeituras na Baixada Santista. Em julho, a coleta havia sido interrompida por dois dias em Cubatão e acabou retomada após acordo. Em outubro, foi a vez de São Vicente enfrentar problema similar, que acabou solucionado na mesma semana. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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