Cracolândia: ocupada por usuários de drogas, a região tem sido alvo de roubos, furtos e outros crimes (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Redação Exame
Publicado em 4 de agosto de 2023 às 14h21.
Última atualização em 4 de agosto de 2023 às 14h44.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), planeja isentar o imposto predial e territorial urbano (IPTU) aos donos de imóveis da região da Cracolândia, no centro da capital paulista.
Nunes solicitou que a Secretaria Municipal da Fazenda trabalhe na criação de um projeto de lei que conceda essa isenção para imóveis comerciais e residenciais da região. Hoje, a Cracolândia se concentra na região das ruas Gusmões, Vitória, Santa Ifigênia e Avenida Rio Branco, no centro da capital. "A expectativa é que o documento seja encaminhado para apreciação do Poder Legislativo nos próximos dias", diz nota enviada pela assessoria de Nunes.
Ocupada por usuários de drogas, a região tem sido alvo de roubos, furtos e outros crimes. Por isso, comerciantes perderam clientes, com medo de se deslocar até a região, e moradores estão com medo de se locomover pelas ruas, especialmente à noite.
Em julho, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desistiu da ideia de deslocar o fluxo de pessoas que frequentam a região conhecida como Cracolândia, no Centro da capital, para o Bom Retiro. A proposta provocou reclamações de comerciantes da região e críticas de especialistas em segurança pública.
O plano de Tarcísio era dar atenção ao usuários no Complexo Prates, área de 11 mil metros quadrados no bairro do Bom Retiro onde funciona desde 2012 equipamentos de atenção social. Para ele, a região do Complexo Prates possibilitaria "um atendimento mais próximo" a pessoas em situação de vulnerabilidade. O local foi inaugurado pela prefeitura de São Paulo na gestão de Gilberto Kassab (PSD), hoje secretário de Governo.
Os poderes municipal e estadual já haviam feito uma primeira tentativa de remover o fluxo do centro. Relatos de líderes sociais e profissionais de saúde apontam que a Polícia Militar, a Polícia Civil e a GCM conduziram o fluxo da Rua dos Gusmões até a ponte Orestes Quércia, na Marginal do Tietê, em um caminho de cerca de 3 quilômetros. No final da operação, os usuários fugiram do local e retornaram ao centro.