Prefeitura de SP mostra caos no Equador para estimular quarentena; veja
Campanha usa imagens fortes do colapso na cidade de Guayaquil para conscientizar população sobre os riscos de romper o isolamento
Clara Cerioni
Publicado em 23 de abril de 2020 às 14h21.
Última atualização em 23 de abril de 2020 às 14h23.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou nesta quinta-feira, 23, uma nova (e forte) campanha publicitária para incentivar a adesão à quarentena na capital.
O vídeo, que será veiculado na televisão, internet e distribuído via WhatsApp, mostra o caos em Guayaquil, cidade portuária do Equador que virou símbolo do risco trazido pelo novo coronavírus .
A propaganda traz imagens da população doente, pessoas caídas nas ruas, colapso nos hospitais e caos funerário. "Sem quarentena, muita gente contraiu o vírus ao mesmo tempo e o sistema de saúde não tem como atender a todos", diz o narrador. A mensagem final da campanha é que "a triste história de Guayaquil não pode se repetir".
Antes de divulgar a campanha, Covas se solidarizou com a cidade equatoriana e afirmou que essa história "deve servir como exemplo para que a gente possa aprender com o risco que todos nós corremos".
O prefeito, ainda, citou que São Paulo não pode cometer os mesmos erros de colapso no sistema de saúde e funerário que outras partes do mundo, como Nova York, registraram. "A questão dos enterros dos mortos vítimas dessa pandemia tem sido um desafio".
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Plano de contingência funerária
Covas anunciou, ainda, um plano de contingência funerária para a capital paulista. Já foram liberados 40 milhões de reais em créditos suplementares para as empresas, e a capacidade do atendimento do serviço funerário municipal foi ampliada de 240 para 400 corpos por dia.
"A prefeitura já contratou 220 coveiros para poder dar conta desta nova demanda e quase dobrou o número de carros trabalhando na frota do serviço", explicou o prefeito.
Ele acrescentou que a prefeitura comprou 38 mil novas urnas e 15 mil sacos reforçados para garantir a segurança no deslocamento dos corpos e adquiriu 3 mil equipamentos de proteção individual (EPIs) para os funcionários dos cemitérios. A prefeitura também comprou 8 câmaras refrigeradas que podem guardar até mil corpos aguardando sepultamento.
Velórios para casos confirmados ou suspeitos da covid-19 foram suspensos. Para as demais mortes, as cerimônias serão de uma hora com a presença de no máximo dez pessoas. "Construímos, ainda, um centro de logística no cemitério da Vila Formosa".
De acordo com dados mais recentes, o estado de São Paulo concentra os maiores índices da doença, com mais de 15 mil casos confirmados e 1,1 mil mortes. Apesar da ampliação de 2.000 novos leitos hospitalares, a capital paulista está hoje com 70% de sua capacidade ocupada.
(Com Gilson Garret Jr.)