Prefeitos vaiam ausência de Dilma em Marcha
Prefeitos reunidos receberam a informação de que o governo anunciará medidas para aliviar as dificuldades com despesas de custeio
Da Redação
Publicado em 9 de julho de 2013 às 18h04.
Brasília - Horas depois de vaiarem a ausência da presidente Dilma Rousseff na Marcha em Defesa dos Municípios, prefeitos reunidos em Brasília receberam a informação de que o governo anunciará, nesta quarta-feira, 10, medidas para aliviar as dificuldades com despesas de custeio.
O anúncio será feito pela própria Dilma, que adiou para esta quarta sua participação no evento. Os prefeitos reclamam que correm o risco de ficarem com a "ficha suja" por não conseguirem arcar com as folhas de pagamento de salários dos servidores.
Ainda na manhã desta terça, o Planalto enviou os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha, para fazer a promessa em nome da presidente e acalmar os ânimos dos prefeitos. Padilha e Mercadante gastaram boa parte do tempo de suas palestras para falar do Programa Mais Médicos, lançado na segunda-feira, 8, por Dilma.
Eles disseram que as prefeituras não terão despesas com os médicos brasileiros e estrangeiros que o governo federal pretende contratar, com salário de R$ 10 mil, para atuar em áreas do País com déficit desses profissionais.
Mercadante disse que o governo ainda está disposto a discutir no Congresso uma nova forma de reajustar o piso dos professores. Os prefeitos argumentam que não conseguem pagar os profissionais da educação.
Cardiologista e clínico geral do quadro do Sistema Único de Saúde (SUS), o prefeito de Nhandeara (SP), Odilon Silveira (PSB), usou o microfone para fazer críticas o governo. "Depois de 27 anos de serviço para o Ministério da Saúde, recebo R$ 3.360. O senhor (Alexandre Padilha) diz que vai pagar R$ 10 mil para um médico estrangeiro. E para nós, o senhor tem alguma proposta para melhorar os municípios?"
Em maio passado, a Justiça Federal chegou a bloquear os bens de Odilon Silveira, após aceitar denúncia do Ministério Público de que a prefeitura tinha terceirizado a saúde do município e repassado R$ 1,89 milhão - um dinheiro do Ministério da Saúde - entre 2008 e 2012 para uma associação.
O contrato foi firmado em 2007, ainda no mandato do antecessor de Silveira. A 508 quilômetros de São Paulo, Nhandeara conta com 12 médicos para atender dez mil moradores, cada um recebe cerca de R$ 12 mil por 40 horas de trabalho. O prefeito diz que não pretende entrar no programa Mais Médicos porque não tem dinheiro para arcar com possíveis encargos na contratação dos profissionais.
Mais médicos
Depois do evento, o prefeito da cidade baiana de Santa Maria da Vitória, Amário Santana (PT), disse que as prefeituras não têm dificuldades em fazer convênios com o governo federal, mas "sofrem" para garantir o custeio e as despesas na execução dos programas. Ele estima que a prefeitura de sua cidade tem um orçamento mensal de R$ 5 milhões.
Deste total, R$ 3 milhões são gastos com a folha de pessoal. Santa Maria da Vitória, distante 866 quilômetros de Salvador, possui quatro médicos, que recebem R$ 8 mil, para atender uma população de 40 mil pessoas.
Já o prefeito de Nina Rodrigues, no Maranhão, Riba do Xerém (PRB), destacou que os ministros não foram "muito explicativos" nas suas exposições. "Eles generalizaram muito. Precisavam dar mais detalhes".
Xerém disse que pretende aderir ao Programa Mais Médicos, pois no seu município, a 113 quilômetros de São Luiz, de 12,5 mil habitantes, há uma carência de pelo menos seis médicos. Atualmente, dez médicos atendem nos postos do município. Ele cobra, no entanto, mais sensibilidade do governo com equipamentos e infraestrutura na área de saúde.
Brasília - Horas depois de vaiarem a ausência da presidente Dilma Rousseff na Marcha em Defesa dos Municípios, prefeitos reunidos em Brasília receberam a informação de que o governo anunciará, nesta quarta-feira, 10, medidas para aliviar as dificuldades com despesas de custeio.
O anúncio será feito pela própria Dilma, que adiou para esta quarta sua participação no evento. Os prefeitos reclamam que correm o risco de ficarem com a "ficha suja" por não conseguirem arcar com as folhas de pagamento de salários dos servidores.
Ainda na manhã desta terça, o Planalto enviou os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha, para fazer a promessa em nome da presidente e acalmar os ânimos dos prefeitos. Padilha e Mercadante gastaram boa parte do tempo de suas palestras para falar do Programa Mais Médicos, lançado na segunda-feira, 8, por Dilma.
Eles disseram que as prefeituras não terão despesas com os médicos brasileiros e estrangeiros que o governo federal pretende contratar, com salário de R$ 10 mil, para atuar em áreas do País com déficit desses profissionais.
Mercadante disse que o governo ainda está disposto a discutir no Congresso uma nova forma de reajustar o piso dos professores. Os prefeitos argumentam que não conseguem pagar os profissionais da educação.
Cardiologista e clínico geral do quadro do Sistema Único de Saúde (SUS), o prefeito de Nhandeara (SP), Odilon Silveira (PSB), usou o microfone para fazer críticas o governo. "Depois de 27 anos de serviço para o Ministério da Saúde, recebo R$ 3.360. O senhor (Alexandre Padilha) diz que vai pagar R$ 10 mil para um médico estrangeiro. E para nós, o senhor tem alguma proposta para melhorar os municípios?"
Em maio passado, a Justiça Federal chegou a bloquear os bens de Odilon Silveira, após aceitar denúncia do Ministério Público de que a prefeitura tinha terceirizado a saúde do município e repassado R$ 1,89 milhão - um dinheiro do Ministério da Saúde - entre 2008 e 2012 para uma associação.
O contrato foi firmado em 2007, ainda no mandato do antecessor de Silveira. A 508 quilômetros de São Paulo, Nhandeara conta com 12 médicos para atender dez mil moradores, cada um recebe cerca de R$ 12 mil por 40 horas de trabalho. O prefeito diz que não pretende entrar no programa Mais Médicos porque não tem dinheiro para arcar com possíveis encargos na contratação dos profissionais.
Mais médicos
Depois do evento, o prefeito da cidade baiana de Santa Maria da Vitória, Amário Santana (PT), disse que as prefeituras não têm dificuldades em fazer convênios com o governo federal, mas "sofrem" para garantir o custeio e as despesas na execução dos programas. Ele estima que a prefeitura de sua cidade tem um orçamento mensal de R$ 5 milhões.
Deste total, R$ 3 milhões são gastos com a folha de pessoal. Santa Maria da Vitória, distante 866 quilômetros de Salvador, possui quatro médicos, que recebem R$ 8 mil, para atender uma população de 40 mil pessoas.
Já o prefeito de Nina Rodrigues, no Maranhão, Riba do Xerém (PRB), destacou que os ministros não foram "muito explicativos" nas suas exposições. "Eles generalizaram muito. Precisavam dar mais detalhes".
Xerém disse que pretende aderir ao Programa Mais Médicos, pois no seu município, a 113 quilômetros de São Luiz, de 12,5 mil habitantes, há uma carência de pelo menos seis médicos. Atualmente, dez médicos atendem nos postos do município. Ele cobra, no entanto, mais sensibilidade do governo com equipamentos e infraestrutura na área de saúde.