Prefeitos se articulam para barrar projeto do Paraíba
Cidades fluminenses dependentes do Rio Paraíba do Sul estão em estado de alerta e se articulam para pedir detalhes sobre o projeto paulista de transposição
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2014 às 20h19.
Rio - Os prefeitos das cidades fluminenses dependentes do Rio Paraíba do Sul estão em estado de alerta e se articulam para pedir, oficialmente, detalhes sobre o projeto paulista de transposição das água, que poderia prejudicar cerca de 15 milhões de pessoas. Eles afirmam que nenhum outro rio da região tem vazão suficiente para suprir a demanda da população e acreditam que o projeto de Geraldo Alckmin (PSDB) não será aprovado pela Agência Nacional de Águas (ANA), tamanha a oposição de gestores do Rio e do Vale do Paraíba, em São Paulo.
Crítico do projeto, o vereador do município de Resende, Luiz Fernando Pedra (PDT), líder do Comitê da Região das Agulhas Negras, que inclui também Quatis, Porto Real e Itatiaia, lembrou que o governador Alckmin se comprometeu a abandonar a ideia da transposição, que vem de 2008, já que ele próprio é de Pindamonhangaba, cidade do Vale do Paraíba, que poderia ser prejudicada.
"Já vimos uma grande redução da água com a construção das termoelétricas em Queluz e Lorena. Toda a indústria depende do Rio Paraíba do Sul e não temos um estudo técnico definitivo sobre os impactos. São Paulo não cuidou dos seus rios no passado e agora, com a necessidade de abastecimento, a região do Vale do Paraíba será afetada".
O prefeito de Barra do Piraí, Jorge Babo (PPS), disse que tentará inviabilizar o projeto, uma vez que a cidade é extremamente dependendo rio. Uma estação de tratamento de água está sendo construída na cidade: a partir de 2015, toda a água que abastece Barra do Piraí será captada no Paraíba do Sul. Hoje, 20% da água é proveniente do rio Piraí, que tem baixa vazão. "Neste verão tivemos que fazer uma manobra porque a represa do rio Piraí secou.
Com a nova barragem, ele só será usado em emergências". Para o prefeito de Volta Redonda, Antônio Francisco Neto (PMDB), "a questão não pode ser analisada pela esfera política e deve ser tratada de forma técnica". Ele afirma que 100% da água da cidade vem do Rio Paraíba do Sul, situação semelhante à dos outros municípios da região. "(A transposição) seria terrível para todos. Não tenho dúvidas de que seria uma situação muito arriscada, não apenas para nós (no Estado do Rio), mas para todo o Vale do Paraíba".
Embora a discussão não seja nova, as cidades se surpreenderam com a postura atual do governador de São Paulo. Em 2010, representantes dos municípios abastecidos se mobilizaram em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio e concluíram que não podem prescindir da vazão atual, sob risco de desabastecimento. "A preocupação é antiga, pois pode prejudicar não só a população, mas também o desenvolvimento das cidades", lembra o deputado Nelson Gonçalves (PSD), que coordenou a discussão.
"Agora que o Arco Metropolitano do Rio (autoestrada no entorno da Região Metropolitana) será inaugurado, novas empresas irão se instalar e poderão ser afetadas por falta de água. A atividade rural também sai prejudicada. O Estado do Rio não tem alternativas", afirmou.
Rio - Os prefeitos das cidades fluminenses dependentes do Rio Paraíba do Sul estão em estado de alerta e se articulam para pedir, oficialmente, detalhes sobre o projeto paulista de transposição das água, que poderia prejudicar cerca de 15 milhões de pessoas. Eles afirmam que nenhum outro rio da região tem vazão suficiente para suprir a demanda da população e acreditam que o projeto de Geraldo Alckmin (PSDB) não será aprovado pela Agência Nacional de Águas (ANA), tamanha a oposição de gestores do Rio e do Vale do Paraíba, em São Paulo.
Crítico do projeto, o vereador do município de Resende, Luiz Fernando Pedra (PDT), líder do Comitê da Região das Agulhas Negras, que inclui também Quatis, Porto Real e Itatiaia, lembrou que o governador Alckmin se comprometeu a abandonar a ideia da transposição, que vem de 2008, já que ele próprio é de Pindamonhangaba, cidade do Vale do Paraíba, que poderia ser prejudicada.
"Já vimos uma grande redução da água com a construção das termoelétricas em Queluz e Lorena. Toda a indústria depende do Rio Paraíba do Sul e não temos um estudo técnico definitivo sobre os impactos. São Paulo não cuidou dos seus rios no passado e agora, com a necessidade de abastecimento, a região do Vale do Paraíba será afetada".
O prefeito de Barra do Piraí, Jorge Babo (PPS), disse que tentará inviabilizar o projeto, uma vez que a cidade é extremamente dependendo rio. Uma estação de tratamento de água está sendo construída na cidade: a partir de 2015, toda a água que abastece Barra do Piraí será captada no Paraíba do Sul. Hoje, 20% da água é proveniente do rio Piraí, que tem baixa vazão. "Neste verão tivemos que fazer uma manobra porque a represa do rio Piraí secou.
Com a nova barragem, ele só será usado em emergências". Para o prefeito de Volta Redonda, Antônio Francisco Neto (PMDB), "a questão não pode ser analisada pela esfera política e deve ser tratada de forma técnica". Ele afirma que 100% da água da cidade vem do Rio Paraíba do Sul, situação semelhante à dos outros municípios da região. "(A transposição) seria terrível para todos. Não tenho dúvidas de que seria uma situação muito arriscada, não apenas para nós (no Estado do Rio), mas para todo o Vale do Paraíba".
Embora a discussão não seja nova, as cidades se surpreenderam com a postura atual do governador de São Paulo. Em 2010, representantes dos municípios abastecidos se mobilizaram em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio e concluíram que não podem prescindir da vazão atual, sob risco de desabastecimento. "A preocupação é antiga, pois pode prejudicar não só a população, mas também o desenvolvimento das cidades", lembra o deputado Nelson Gonçalves (PSD), que coordenou a discussão.
"Agora que o Arco Metropolitano do Rio (autoestrada no entorno da Região Metropolitana) será inaugurado, novas empresas irão se instalar e poderão ser afetadas por falta de água. A atividade rural também sai prejudicada. O Estado do Rio não tem alternativas", afirmou.