Rocinha: a comunidade possui 60 mil habitantes (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Agência Brasil
Publicado em 27 de setembro de 2017 às 18h44.
O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anunciou hoje (27) investimentos sociais na Rocinha, favela localizada na zona sul da capital.
A comunidade, de 60 mil habitantes, vive dias de tensão em meio a uma disputa de facções pelo comando do tráfico de drogas, com intensos tiroteios.
De acordo com Crivella, as ações incluem conservação de prédios públicos, reformas e mudanças no transporte público, previstas para começar amanhã (28).
O prefeito fez o anúncio após reunião no Gabinete de Gestão Integrada, no Centro de Operações, pela manhã. Ele destacou a integração entre transporte comunitário e o metrô "a um preço muito melhor" e reformas de escolas, praças e saneamento.
"Vamos fechar aquele valão que está lá desde que foi construído, uma coisa horrorosa, ali tem muito lixo, inseto, vamos passar uma grade de aço por cima dele todo; vai haver a pintura das fachadas, melhora das quadras. Tem tanta coisa aqui que nem consigo lembrar", declarou à imprensa.
Crivella garantiu que haverá verbas para as medidas e disse que o dinheiro virá da renovação do contrato de aluguel de bicicletas compartilhadas, de R$ 15 milhões.
"Hoje estamos fechando o contrato da Bike Rio com o Itaú e isso vai nos dar recursos extraordinários que vieram em boa hora, exatamente para a Rocinha".
O prefeito também afirmou que as unidades de saúde, escolas e creches voltarão a funcionar integralmente a partir de amanha. Ainda hoje, por causa das operações policiais na favela, duas unidades de ensino fecharam, prejudicando 800 alunos.
Crivella ainda comemorou a integração das forças policiais do estado com a Guarda Municipal e o Centro de Operações gerido pela prefeitura, que criaram um grupo de Whatsapp entre os agentes públicos para agilizar o atendimento.
Com a parceria, quando agentes do Centro de Operações identificam crimes sendo cometidos, pelas câmeras de trânsito, podem acionar a segurança mais rapidamente.
Para intermediar o processo de pacificação na comunidade, que viveu dias de intensos tiroteios e operações policiais que prejudicaram a rotina de milhares de pessoas, o prefeito ainda pediu que os moradores da favela ajudem as forças policiais.
"É muito importante que a população da Rocinha, de 60 mil pessoas, diria que é o fator principal para a pacificação, decida: 'nós queremos a paz' ", declarou.
Se isso acontecer, acrescentou, "a paz permanecerá e não haverá quem possa derrubá-la". Ele defendeu a necessidade de interromper o conflito para que ações sociais possam ser implementadas.
Em relação ao orçamento, ele afirmou que não há cortes, mas que novos investimentos permanecem adiados. A arrecadação da cidade caiu dos cerca de R$ 25 bilhões previstos para R$ 16 bilhões, faltando três meses para o fim do ano.