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Preço do metro quadrado sobe 135% na Cracolândia em SP

Para a Prefeitura, a valorização sofrida pela área mais degradada da capital é quase a mesma que a observada na Avenida Paulista, também no centro


	Região conhecida como Cracolândia, no centro de São Paulo: o porcentual usado pela gestão Haddad para definir a valorização dos imóveis da capital segue o mesmo padrão em toda a cidade
 (Fabiano Accosi/Veja)

Região conhecida como Cracolândia, no centro de São Paulo: o porcentual usado pela gestão Haddad para definir a valorização dos imóveis da capital segue o mesmo padrão em toda a cidade (Fabiano Accosi/Veja)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2013 às 08h41.

São Paulo - A valorização imobiliária em São Paulo chegou até a região da Cracolândia, no centro. Pelo menos é o que mostra a nova Planta Genérica de Valores (PGV), usada como base para o cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). A revisão dos valores venais dos imóveis proposta pela gestão de Fernando Haddad (PT) estabelece uma alta de 135% no valor do metro quadrado das construções existentes, por exemplo, no cruzamento da Rua Helvetia com a Alameda Dino Bueno, principal ponto de concentração de usuários de crack.

Segundo projeto de lei que será votado pelos vereadores até o fim do ano, o metro quadrado de uma casa localizada na Alameda Dino Bueno custa hoje R$ 1.420. Em 2009, seu valor venal era de R$ 602. Perto dali, na Rua Helvetia, a valorização foi parecida - passou de R$ 615 para R$ 1.452. O mesmo aumento é proposto para as Alamedas Glete e Cleveland.

Em alguns quarteirões, o preço ficou ainda maior. O valor do metro quadrado de um imóvel com frente para a Rua Guaianases, quase na esquina com a Avenida Duque de Caxias, passou de R$ 1.105 para R$ 2.417. Vale lembrar que o valor venal é menor do que o praticado pelo mercado.

Enviada ontem à Câmara Municipal, a revisão da PGV revela que, para a Prefeitura, a valorização sofrida pela área mais degradada da capital é quase a mesma que a observada na Avenida Paulista, também no centro. Na quadra entre as Ruas Itapeva e Professor Otávio Mendes, o cálculo venal do metro quadrado cresceu de R$ 9.507 para R$ 22.133 - alta de 132%.

Em São Paulo, a localização da porta do imóvel faz toda a diferença. O metro quadrado de um prédio com entrada pela Paulista, por exemplo, chega a custar quase três vezes mais que o de um imóvel construído na mesma quadra, mas virado para uma rua transversal. O valor do metro quadrado da nova PGV confirma: na Rua Itapeva, apesar de a valorização ter sido quase a mesma, o valor do metro quadrado passou de R$ 2.683 para R$ 6.251. E, na Professor Otávio Mendes, a alta foi de R$ 2.574 para R$ 5.963.


Padrão

O porcentual usado pela gestão Haddad para definir a valorização dos imóveis da capital segue o mesmo padrão em toda a cidade, de acordo com levantamento aleatório feito pelo Estado. Com base na nova PGV, é possível obter dados semelhantes em bairros que concentraram lançamentos imobiliários, como a Vila Andrade, na zona sul, e a Lapa, na zona oeste. Na Rua Coriolano, por exemplo, o metro quadrado passou de R$ 860 para R$ 1.772.

Os novos valores atribuídos ao metro quadrado de todos os bairros de São Paulo definirão a taxa que cada contribuinte vai pagar de IPTU a partir de 2014. Para não repassar o aumento total no imposto, a Prefeitura planeja criar teto de 30% no reajuste residencial e de 45%, no comercial.

Ontem, parlamentares da base aliada ao prefeito Haddad optaram por analisar a proposta de aumento com cautela. Roberto Tripoli (PV) afirmou que o reajuste é "salgado", mas pode ser necessário para bancar o congelamento do preço da passagem de ônibus em R$ 3 no próximo ano. Já Rubens Calvo (PMDB) afirmou que os vereadores poderão discutir um teto de reajuste mais baixo e apresentá-lo em forma de substitutivo ao projeto de lei.

Do lado oposto, a bancada do PSDB sustenta ser injusto o aumento e afirma que não apenas os "ricos" serão prejudicados. Para o presidente da Câmara Municipal, José Américo (PT), as discussões serão acaloradas, mas a proposta do Executivo deve prevalecer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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