Aécio Neves em evento em São Paulo na última quarta-feira: resultado das pesquisas de intenção de voto podem ter assustado campanha (Marcos Fernandes/Divulgação/PSDB)
Talita Abrantes
Publicado em 16 de outubro de 2014 às 18h21.
São Paulo – Faltando exatos dez dias para a decisão do segundo turno mais apertado desde 1989, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) continuam tecnicamente empatados nas pesquisas de intenção de voto do Datafolha e Ibope divulgadas ontem.
Na tarde de hoje, o tucano comemorou o resultado. "Nós tínhamos 33% (dos votos válidos) em 5 de outubro e hoje estamos com 51 % das intenções de voto. Eu não sei se em outra campanha na história da democracia brasileira houve um crescimento tão grande de uma candidatura em tão pouco tempo", disse a jornalistas.
Mas segundo declarações de aliados de Aécio aos jornais Folha de S. Paulo e O Globo, o clima é de cautela nos bastidores da campanha.
Para eles, as pesquisas ainda não teriam captado o efeito do apoio de nomes como Marina Silva, candidata derrotada no primeiro turno, e da família de Eduardo Campos, presidenciável morto em um acidente de avião no último 13 de agosto.
Veja quais são os pontos de atenção para a campanha tucana - e as boas notícias para a equipe de Dilma:
O empate persiste
Após a onda de apoios dos últimos dias, a expectativa dos aliados do tucano era de que Aécio abrisse alguns pontos de vantagem em relação a Dilma. Não foi o que aconteceu.
Nas duas pesquisas, o placar se manteve inalterado: Aécio continua com 45% das intenções de voto e Dilma, com 43%. Na contagem de votos válidos, o tucano está com 51% e a petista, 49%.
A rejeição a Aécio aumentou
Na semana passada, 34% dos eleitores afirmavam que não votariam “de jeito nenhum” no candidato. Na sondagem do Datafolha divulgada ontem, o número pulou para 38%.
Ao mesmo tempo, entre os que afirmam que “talvez” votariam no candidato o percentual caiu de 22% para 18%, segundo o levantamento.
Por outro lado, 42% dos entrevistados não votariam de jeito nenhum em Dilma. Na semana passada, o número era de 43%.
Além disso, o número de eleitores que consideram o governo Dilma como ótimo ou bom é o maior desde o início da campanha eleitoral em julho. Hoje, 40% dos entrevistados avaliam positivamente a gestão da petista – que ganhou nota média de 6,2, segundo os eleitores.
FHC atrai menos votos do que Lula
Apenas 16% dos eleitores votariam em um candidato indicado pelo ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Por outro lado, 28% dos entrevistados não votariam em alguém que o ex-presidente tenha manifestado apoio.
Marina Silva, que já declarou apoio ao candidato, atrairia 20% dos eleitores. Já o petista Luiz Inácio Lula da Silva influenciaria o voto de 37% dos entrevistados e afugentaria os votos de 21%.