Por 2º turno, oposição em SP ataca na segurança
Opositores do governador Alckmin, líder nas pesquisas, apostam na alta dos crimes contra o patrimônio para reduzir a vantagem do tucano
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2014 às 14h53.
São Paulo - As propostas dos três principais candidatos ao governo de São Paulo para a segurança pública estão entre as que mais provocarão embates entre Geraldo Alckmin (PSDB), Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT).
Os opositores do governador, candidato à reeleição e líder nas pesquisas, apostam na alta dos crimes contra o patrimônio para reduzir a vantagem do tucano e, com isso, forçar uma disputa em dois turnos.
Alckmin incumbiu o atual secretário de Segurança, Fernando Grella Vieira, de coordenar as propostas para um eventual novo mandato.
O tucano vai mostrar os recém-criados Batalhões de Ações Especiais da Polícia (Baep) como versão para o interior da Rota, tropa do Comando de Choque da Polícia Militar com histórico de acusações de abuso no combate à criminalidade.
Em uma ação com nove pessoas mortas pela Rota, o governador disse que "quem não reagiu está vivo".
Na semana passada, o site da campanha tucana divulgou dois vídeos específicos sobre o tema, nos quais Alckmin diz que o "PSDB fez de São Paulo o estado que mais investe em segurança".
O discurso é uma forma de destacar a estabilização dos índices de homicídio e amenizar a alta dos roubos em todo o estado. O candidato à reeleição também promete ampliar um sistema de videomonitoramento chamado Detecta.
Inspirado no que fez Nova York (EUA), o tucano quer integrar mecanismos de vigilância públicos e privados. Em julho, ele anunciou a integração de câmeras em 55 cidades.
Virada
A atual gestão de Alckmin na área começou turbulenta. No meio do mandato, Grella assumiu a Secretaria no lugar de Antonio Ferreira Pinto, que hoje é um dos principais colaboradores de Skaf no setor, ao lado de Luiz Antonio Fleury Filho, governador na época do massacre do Carandiru.
Skaf tem adotado o estilo linha-dura e criticado Alckmin pelo que chama de "falta de pulso firme" na gestão das polícias. "Vou acompanhar de perto o comando das polícias, não vou abrir mão disso", afirmou o candidato na quarta-feira, na Associação dos Oficiais da PM de São Paulo.
Ele critica a forma como a polícia atuou nos protestos de rua desde 2013, em que foi acusada de excessos no controle da multidão e, depois, omissões em casos de vandalismo.
A presença de Ferreira Pinto na equipe de Skaf tende a agregar apoio entre PMs, pois ele foi da corporação, mas causa ruído na Polícia Civil. Em visita ao Sindicato dos Delegados, ele ouviu sobre o receio da categoria em voltar a ter Ferreira como titular da Segurança.
Polêmica
Na equipe de Padilha, a segurança está sob coordenação do ex-ministro Marcio Thomaz Bastos e do ex-diretor da Polícia Federal Paulo Lacerda.
O petista tenta evitar temas polêmicos historicamente defendidos pelo partido, como a desmilitarização da polícia , sob alegação de que são temas da esfera federal. Suas principais propostas apostam na gestão integrada de dados para reduzir a criminalidade.
Colaborador do programa, o advogado Pierpaolo Bottini explica que qualificar e integrar as polícias está no topo das prioridades de Padilha.
"Hoje, elas nem sequer compartilham dados de inteligência. Nossa ideia é que tenham atividades conjuntas já nos cursos de formação."
Padilha também vai propor aumentos de salários e mais qualificação aos policiais. Bottini disse que a campanha já conversou com empresas para integrar seus sistemas de vigilância ao aparato do Estado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.