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Polo de moda de Petrópolis começa a retomar ritmo de vendas

Expectativa é que depois do carnaval, com o início dos lançamentos para o inverno, nível de vendas seja retomado a normalidade

Destruição causada pelas enchentes em Petrópolis, no Rio (Wilson Dias/ABr)

Destruição causada pelas enchentes em Petrópolis, no Rio (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2011 às 17h09.

Petrópolis (RJ) - A tragédia que se abateu no início deste ano sobre a região serrana fluminense reduziu  entre 80% e 90% o fluxo de clientes e, em consequência, atingiu as vendas das pequenas confecções do Pólo de Moda de Petrópolis.
 
O presidente do Sindicato das Indústrias de Confecção do município, Addison Meneses, disse, porém, em entrevista à Agência Brasil que já começa a ser sentida uma pequena reação do fluxo de compradores. “O movimento está voltando devagar”, confirmou à Agência Brasil o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis (Sicomércio), Marcelo Fiorini, também titular da Associação de Empresários e Amigos da Rua Teresa (Arte).   
 
A expectativa é que depois do carnaval, com o início dos lançamentos para o inverno, seja retomada a normalidade. Meneses afirmou que as pessoas não souberam dimensionar a tragédia em Petrópolis, e acabaram achando que todo o município foi afetado, o que, na verdade,  não ocorreu. “A tragédia foi localizada em um bairro relativamente distante. Na cidade, continuou tudo normal. Não foi afetada a parte do comércio e de serviços em geral, diferente de Nova Friburgo, em que  a tragédia foi maior, no centro da cidade”, assegurou. 
 
Marcelo Fiorini disse que a partir de março, o sindicato pretende lançar uma campanha na mídia para informar as pessoas sobre a dimensão exata do que aconteceu. “Para que elas saibam que Petrópolis está de pé, que  os pólos de moda estão funcionando e que elas podem vir aqui”.
 
A maior parte da indústria de confecções de Petrópolis trabalha para as mil lojas situadas na Rua Teresa, referência do setor de moda local e responsável por cerca de 14%  do Produto Interno Bruto (PIB) do município. A maioria das 700 confecções locais é de micro e pequeno porte, com cerca de 30 a 40 funcionários cada. “Como o fluxo de clientes cessou de repente, isso afeta a indústria, com certeza”, disse Addison Meneses.

 
Marcelo Fiorini informou que o período de promoções antecipadas de fim de verão, realizado no início deste mês, não surtiu o efeito desejado. A alternativa encontrada pelos pequenos empresários para fugir da retração econômica foi  participar de feiras  em outros estados e reforçar o atendimento a clientes fora do município.  
 
Considerando toda a cadeia da moda, são em torno de 40 mil empregados, dos quais 30 mil com carteira assinada.  “Porque tem muitas confecções pequenas, de pessoas que trabalham em casa, no trabalho mais informal, que também é importante na cidade”, afirmou Meneses.
 
O presidente do Sicomercio revelou que a tragédia não afetou apenas as vendas na Rua Teresa mas todo o setor de comércio e serviços de Petrópolis, englobando os ramos  gastronômico,  hoteleiro, turístico e de cultura, incluindo a visitação a museus e monumentos históricos.  “Quando você reduz  drasticamente tudo isso, obviamente que repercute na cidade  toda. A queda do comércio local não é tão acentuada  como a dos pólos de moda, mas se ressente também”.
 
Fiorini destacou que aos 40 mil trabalhadores do setor da moda se somam mais 10 mil a 15 mil funcionários  da hotelaria e restaurantes. “É um número expressivo. Quase  um terço da população ativa trabalha diretamente ligado a esses setores que foram os mais afetados por essa falta de informação”.  
 
As notícias sobre a tragédia afastaram as excursões de “sacoleiras” de cidades localizadas no entorno da BR 040 (Baixada Fluminense, Grande Rio e Minas Gerais), que costumavam ir à Rua Teresa  para comprar mercadorias para revenda futura. “Caiu radicalmente o movimento no primeiro momento. Agora ensaiam uma volta, devagar”, disse Fiorini.  Revelou que   as vendas efetuadas mensalmente por loja na Rua Teresa  alcançavam,  em média, antes da tragédia na região serrana, entre R$ 60 mil a R$ 80 mil. O trabalho de recuperação do fluxo de compradores não se dá, porém, da noite para o dia, salientou. “As lojas estão ligando para os clientes em processo de mutirão, dizendo que podem vir, que não tem nenhum risco”. 
 
O presidente do Sicomercio informou que ainda não houve demissões, mas a questão está sendo avaliada. “Se  a situação não se reverter rápido, pode ter demissões numa escala preocupante”, manifestou Fiorini.
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