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Policiais no Rio estão sendo mortos como galinhas, diz Pezão

O emedebista lembrou que no ano passado 134 policiais foram assassinados e afirmou que as favelas são dominadas por fuzis

Pezão: o governador responsabilizou usuários por alimentar o comércio ilegal de drogas (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Pezão: o governador responsabilizou usuários por alimentar o comércio ilegal de drogas (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 21h25.

Rio de Janeiro - Policiais no Rio de Janeiro estão sendo mortos "como galinhas", afirmou nesta segunda-feira, 29, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), no Palácio Guanabara, sede do governo estadual, em reunião com líderes comunitários e moradores da Rocinha. O emedebista lembrou que no ano passado 134 policiais foram assassinados, afirmou que as favelas são dominadas por fuzis e responsabilizou usuários por alimentar o comércio ilegal de drogas.

"Uma série de pessoas fica questionando (a política de segurança) no asfalto, mas alimenta o tráfico de drogas. Isso é uma grande vergonha. Se tem guerra pelo comando é porque tem consumidor e dá dinheiro. (As favelas) São territórios dominados por fuzis. Eu quero que vocês me ajudem também, me deem o caminho", disse aos moradores da Rocinha, cenário de confrontos armados pelo controle do tráfico desde setembro do ano passado - os líderes foram reclamar da situação da comunidade.

"Eu não quero botar Polícia lá trocando tiro o tempo inteiro. Eu só quero policial morto? No Rio ano passado foram 134, isso não é normal. Se mata (sic) Polícia aqui como se mata galinha. Isso não é normal".

Pezão se comprometeu a debater formas de policiamento com a Secretaria de Segurança e se reunir novamente com os líderes comunitários daqui a 15 dias. Também reclamou do que considerou falta de policiamento nas estradas federais que cortam o Estado.

"Infelizmente o Rio é uma peneira porque é cercado de rodovias federais. Eu não posso patrulhar as rodovias e a Baía de Guanabara, e isso foi dando aqui dentro do Rio um verdadeiro arsenal. Não é normal ter numa comunidade 200 fuzis, na outra 300 fuzis, não dá. (...) Nós temos que fazer uma grande campanha pelo desarmamento", afirmou.

Prisão

Um homem acusado de participar da mais recente tentativa de invasão à favela da Rocinha, em 17 de setembro do ano passado, foi preso nesta segunda-feira enquanto trafegava por Ipanema, na mesma região, em um mototáxi. Lohan de Andrade Lima, conhecido como LH, seria comparsa de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que liderava o tráfico na favela e foi atacado pelo grupo liderado por Antonio Bonfim Lopes, o Nem.

Lima passava pela rua Barão da Torre na garupa de um mototaxista quando, na esquina com a Rua Farme de Amoedo, foi parado por policiais militares. Eles faziam uma blitz e suspeitaram da dupla. Os dois foram levados à 14ª DP (Leblon), onde a Polícia constatou que Lima tinha mandados de prisão em aberto por homicídio, tortura e tráfico de drogas e o prendeu. Ele não resistiu.

Um homem foi baleado durante troca de tiros entre policiais militares e criminosos, na Cidade de Deus (zona oeste do Rio), na manhã desta segunda-feira. Ele sobreviveu e está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca (zona oeste), mas até as 18h30 não havia informações sobre seu estado de saúde.

Segundo a PM, policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Cidade de Deus estavam patrulhando uma região conhecida como Apartamento, por volta das 8h30, quando se depararam com criminosos armados e teve início a troca de tiros. Nenhum PM se feriu e ninguém foi preso. Uma pistola foi apreendida.

No Morro da Providência, no Centro do Rio, também houve tiroteio na manhã desta segunda-feira. Segundo a PM, policiais da UPP local foram recebidos a tiros enquanto patrulhavam uma região conhecida como Pedra Lisa. Ninguém se feriu nem foi preso. Por medida de segurança, a linha 2 do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) não circulou entre 9h35 e 10h.

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