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Policiais federais aprovam greve a partir de terça-feira

A categoria pede reestruturação salarial e de carreira e a saída do atual diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello

Polícia federal: a paralisação deverá ser iniciada na terça-feira (Polícia Federal/Divulgação)

Polícia federal: a paralisação deverá ser iniciada na terça-feira (Polícia Federal/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2012 às 19h17.

Brasília - O conselho da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) aprovou nesta quarta-feira uma greve geral da categoria a partir da próxima semana, o que deverá afetar atividades dos agentes em fronteiras, aeroportos e portos.

A paralisação deverá ser iniciada na terça-feira. A categoria pede reestruturação salarial e de carreira e a saída do atual diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, informou a assessoria de imprensa da Fenapef. O sindicato reúne 13 mil filiados.

A categoria é mais uma a anunciar greve diante do impasse nas negociações com o governo, que vem rejeitando conceder reajustes apontando esforço fiscal diante das incertezas com a crise internacional, que deve continuar a afetar o Brasil em 2013.

Os policiais federais dizem não ter recebido nenhuma proposta do governo após quase três anos de negociações com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que está à frente do diálogo com movimentos grevistas.

Cada Estado deverá definir a partir de quinta-feira as ações que deverão ser tomadas durante a paralisação, como a adoção de operação-padrão, disse a Fenapef. Os agentes devem realizar uma marcha em Brasília na próxima quarta-feira.


Procurados, a assessoria da Polícia Federal disse que o órgão não se manifestará, e o Ministério da Justiça informou que ainda não havia sido notificado oficialmente sobre a greve. O Ministério do Planejamento afirmou que o governo está analisando todos os pedidos de reajuste de servidores e que um posicionamento deverá ser anunciado entre 13 e 17 de agosto.

Governo recebe professores

As paralisações atingem diversos setores do funcionalismo federal, incluindo professores e técnicos de universidades federais, agentes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Fundação Nacional do Índio (Funai), IBGE, agências reguladoras e funcionários de nove ministérios, segundo a Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef).

Diante da intensificação das greves de servidores federais, a presidente Dilma Rousseff determinou por meio de decreto publicado na semana passada que ministérios poderão firmar convênios com Estados e municípios para a garantia de atendimento em serviços básicos, sobretudo em áreas relacionadas ao comércio exterior.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, pediu "bom senso" a servidores e que haja "maturidade, compreensão de que o momento no mundo exige muito cuidado nosso".

"É exatamente o senso de responsabilidade, de análise, que nos faz tomar todo esse cuidado em não oferecer nenhuma proposta que depois a gente não possa bancar", disse Carvalho a jornalistas.

Carvalho afirmou que o governo está preocupado com o "emprego daqueles que não tem estabilidade", em referência às vagas no setor privado.

"Toda a nossa sobra fiscal, o espaço fiscal, nós estamos procurando empregar para estimular a indústria, a agricultura, os serviços, o comércio, porque esses nos preocupam mais", disse ele.

Líderes dos professores universitários, em greve desde maio, se reunirão com representantes do Planejamento ainda nesta quarta-feira para discutir a proposta feita pelo governo na semana passada, de reajuste de 25 por cento a 40 por cento para cerca de 140 mil profissionais, distribuídos nos próximos três anos.

Os funcionários do Judiciário têm indicativo de greve aprovado e podem começar a paralisação nos próximos dias. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto, disse não acreditar que isso possa afetar o julgamento do processo do chamado mensalão, que tem início na quinta-feira.

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