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Polícia pede que boatos sobre crimes sejam evitados em GO

A Polícia Civil de Goiás pede que as pessoas sejam criteriosas para comentar assassinatos que têm ocorrido na capital do estado e evitem repassar boatos

Avenida de Goiânia: receio é de que a divulgação de boatos gere pânico na população (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 14h59.

Brasília -Às voltas com as investigações para esclarecer 13 assassinatos similares de mulheres entre 14 e 29 anos, a Polícia Civil de Goiás pede que as pessoas sejam criteriosas ao usar as redes sociais para comentar o assunto e evitem compartilhar falsas informações.

O receio é de que a divulgação de boatos e suspeitas infundadas gere pânico entre a população e se repita um episódio como o que aconteceu em maio, no Guarujá (SP), quando uma dona de casa foi linchada após ter sido confundida com uma sequestradora de crianças.

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“Nos preocupa a veiculação de imagens não divulgadas pela Polícia Civil ou tiradas de contexto. Orientamos as pessoas a não fazerem isso a fim de evitarmos a possibilidade de um episódio como o ocorrido na Baixada Santista”, declarou à Agência Brasil o coordenador de comunicação da Polícia Civil goiana, delegado Norton Luiz Ferreira.

Desde maio, quando a hipótese de que uma única pessoa estaria por trás dos assassinatos, em Goiânia (GO), comentários se propagam pela internet: desde a certeza de que se trata de um assassino em série, até denúncias de que o criminoso pilota uma moto preta e que, nos últimos dias, estaria agindo também em Brasília (DF).

Informações não confirmadas são disseminadas como fatos, alarmando a população e fazendo com que algumas pessoas alterem sua rotina.

Desde ontem (7), por exemplo, comentários sobre a prisão do assassino e sobre a divulgação, pela Polícia Civil, de um retrato falado do criminoso foram publicados no Facebook, Twitter e em sites goianos.

Segundo o delegado, a imagem foi sim divulgada pela Polícia Civil, mas, até o momento, o homem retratado é suspeito de envolvimento em um único crime - o homicídio da assessora parlamentar Ana Maria Victor Duarte, 26 anos, baleada por um motoqueiro durante suposto assalto, em março deste ano.

O caso de Ana Maria é tratado como o segundo, dentre os 13 assassinatos de mulheres ainda não esclarecidos.

Como em outros casos, um motociclista a abordou, sacou uma arma e disparou.

Testemunhas garantem que o criminoso anunciou o assalto - ao contrário de outros casos, em que nada foi levado das vítimas.

Na última ocorrência, registrada nesta terça-feira (5), Ana Lídia Gomes, 14 anos, estava sozinha em um ponto de ônibus no Setor Conjunto Morada Nova quando foi baleada.

A garota morreu no local.

Nenhum de seus pertences foi roubado. Imagens de câmeras de segurança registraram a passagem de uma moto pela mesma rua no momento do crime.

Embora não descarte a hipótese de um assassino em série, a força-tarefa composta por sete delegados, 30 agentes de polícia e dez escrivães designados para esclarecer os casos não acredita que os homicídios tenham sido cometidos por uma única pessoa.

Entre os motivos que reforçam a hipótese está o fato de que, nos depoimentos já colhidos, testemunhas citam motocicletas de diferentes marcas e cilindradas.

Além disso, as características físicas dos suspeitos também divergem.

“A Polícia Civil está tomando todas as providências necessárias para esclarecer todos esses casos. Todos os laudos estão sendo confeccionados e suspeitas apuradas, mas estamos procurando preservar o sigilo das investigações. Já temos suspeitos e mandados foram expedidos. Mais detalhes só vão ser divulgados no momento oportuno”, comentou Ferreira, sem fornecer maiores detalhes sobre os suspeitos.

A Polícia Civil de Brasília também informou que não passam de boatos as mensagens de que, nos últimos dias, o criminoso goiano estaria cometendo os mesmo crimes na capital federal.

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