Praça Sete: estratégia da PM é a de isolar manifestantes, como no último sábado, na Praça Sete, no centro (WikimediaCommons)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2014 às 15h26.
Belo Horizonte - Cerca de 200 integrantes do "Tarifa Zero", movimento que cobra a redução no preço das passagens do transporte público, interromperam o trânsito, no início da tarde desta terça-feira, 17, na Savassi, região centro-Sul de Belo Horizonte e ponto de encontro de turistas que acompanham a Copa do Mundo.
Centenas de policiais, inclusive do Batalhão de Choque, cercaram os manifestantes e passaram a acompanhar as ações do grupo, mas sem confronto.
O policiamento foi reforçado em toda a cidade. No total, 12 mil militares foram empenhados para fazer a segurança na capital durante o Mundial, mas o comando não confirmou o número de policiais deslocados para a Savassi.
O certo é que em todos os quarteirões da região há presença de agentes, instruídos a "envelopar" os manifestantes.
A estratégia da PM é a de isolar os manifestantes, tal como ocorreu no último sábado, na Praça Sete, no centro. A ação da polícia recebeu críticas de alguns setores da sociedade civil organizada.
"Vamos agir dentro do que manda a lei", assegurou o chefe de Comunicação da PM, tenente-coronel Alberto Luiz.
A ação da PM na Savassi acontece no dia em que a Lei 21.324, que restringe o uso de máscaras ou qualquer peça que esconda a face de participantes de manifestações no Estado, foi sancionada pelo governador Alberto Pinto Coelho (PP).
Ela será publicada no "Minas Gerais", Diário Oficial do Estado, na edição de quarta-feira (18), data em que entra em vigor.
Com a lei, os manifestantes que estiverem com seus rostos cobertos terão que se identificar sempre que forem solicitados por policiais.
Em caso de descumprimento, o infrator será encaminhado à identificação criminal e poderá pagar multas com valores que variam entre R$ 1.319 e R$ 26,3 mil, além de ser monitorado permanentemente em outros eventos semelhantes.
Apesar do maior rigor, a Polícia Militar critica a falta de eficácia da lei. "Ela não proíbe o uso de máscara, só dá brecha para a abordagem", afirmou o tenente-coronel Alberto Luiz.