Brasil

Polícia investiga se bala desviou em poste antes de atingir Ágatha

Estudante de 8 anos morreu vítima de uma bala perdida no último dia 20 na Fazendinha, uma das favelas do complexo do Alemão, na zona norte do Rio

Protestos: pessoas fizeram manifestação após morte de Ágatha Félix (Ian Cheibub/Reuters)

Protestos: pessoas fizeram manifestação após morte de Ágatha Félix (Ian Cheibub/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de outubro de 2019 às 21h14.

A Polícia Civil investiga a hipótese de uma bala ter desviado em um poste e atingido a estudante Ágatha Félix, de 8 anos, que morreu vítima de uma bala perdida no último dia 20 na Fazendinha uma das favelas do complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro.

Essa possibilidade será analisada durante a reconstituição do crime, que será realizada na noite desta terça-feira, 1, no local em que a menina foi morta, uma esquina da rua Antonio Austregésilo. A reconstituição começou às 18h40, sob condições de luminosidade semelhantes às do momento do crime.

Cinco testemunhas vão participar da reconstituição, entre elas o motorista da Kombi que transportava Ágatha. Os 12 policiais militares investigados e a mãe de Ágatha, Vanessa Félix, que estava com a menina na hora do crime, não vão participar.

Os policiais usaram do direito de não participar. A mãe passou mal, com picos de pressão alta, e por isso não teve condições de estar presente, segundo o advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado do Rio de Janeiro (OAB-RJ).

"Perto do local tem um poste que apresenta sinais de arma de fogo e é possível que o tiro tenha atingido o poste e desviado até a menina", afirmou, na noite desta terça-feira, o delegado Antonio Ricardo Lima Nunes, diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP) da Polícia Civil do Rio.

Ágatha voltava para casa com a mãe, em uma perua Kombi que faz transporte local. Testemunhas afirmam que o tiro partiu de policiais militares que faziam ronda na comunidade. Os PMs afirmam que havia confronto com criminosos, o que as testemunhas negam.

"Temos 70 policiais envolvidos na reconstituição, entre eles quatro peritos da Delegacia de Homicídios da capital. Vamos fazer as medições e confrontá-las com as versões apresentadas. A ideia da reconstituição é exatamente saber se houve confronto ou não. Ela vai ser feita de acordo com o que as testemunhas afirmaram", disse o delegado.

Segundo Nunes, três blindados fazem a proteção da área, para evitar que criminosos ataquem os policiais durante a reconstituição.

Acompanhe tudo sobre:PoliciaisRio de JaneiroViolência policial

Mais de Brasil

STF mantém prisão de Daniel Silveira após audiência de custódia

Suspeitas de trabalho análogo à escravidão em construção de fábrica da BYD na Bahia

PF abre inquérito para apurar supostas irregularidades na liberação de R$ 4,2 bilhões em emendas

Natal tem previsão de chuvas fortes em quase todo o país, alerta Inmet