Vista da Rocinha: empresas começam a se instalar na comunidade (RICARDO LEONI)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2011 às 14h18.
Rio de Janeiro - A Favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio, deve ser palco de novas incursões da Polícia Civil e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) nos próximos dias. O objetivo seria preparar terreno para a instalação da 19ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da cidade.
Na quinta-feira, agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil com policiais da 14ª Delegacia de Polícia da Gávea e 15ª DP do Leblon fecharam uma fábrica de CDs piratas, duas centrais clandestinas de TV a cabo e estouraram uma clínica de aborto. Pneus e 90 rojões foram apreendidos.
No final do mês passado, a presidente da Associação de Moradores e Amigos do Leblon, Evelyn Rosenzweig, denunciou que traficantes da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, tomaram o controle do trecho da Estrada da Gávea, que corta a favela e realizam blitz nos veículos durante o dia e à noite.
O objetivo dos criminosos seria evitar uma invasão de traficantes rivais e a entrada de policiais na comunidade. Após a repercussão da denúncia, as blitzes foram proibidas por ordens do tráfico.
Hoje nenhum integrante da cúpula da Segurança Pública comentou a possível ocupação da Rocinha. O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, embarcou para a Alemanha. A chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, foi para Israel e só volta no dia 13, uma das datas ventiladas para a ocupação da favela.
Dominada pela facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), a Rocinha se tornou o abrigo para os chefes do tráfico de entorpecentes dos morros da Mineira, São Carlos e dos Macacos, que foram ocupados pela UPP. A presença de traficantes desconhecidos desagradou os moradores da favela, que sempre conviveram com o tráfico de drogas.
Nesta sexta o Disque Denúncia soltou um novo alerta pela captura do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, cuja recompensa por informações que levem à captura é de R$ 5 mil. Apontado como um dos líderes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), Nem controla a Rocinha desde novembro de 2005.
Com nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro, ele é procurado pelo desaparecimento das jovens Luana Rodrigues e Andressa de Oliveira este ano. Em agosto de 2010, após passar a noite em um baile funk no Morro do Vidigal, em São Conrado, ele escapou do cerco da polícia durante um intenso tiroteio. Alguns dos seus comparsas foram presos após invasão a um hotel de luxo em fuga.