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Polêmico, campo de golfe é entregue pela Prefeitura do Rio

Obra, construída por um alto custo e que levou ao deflorestamento de parte de uma reserva, foi entregue por Eduardo Paes ao Cômite Olímpico de 2016


	Obra, construída por um alto custo e que levou ao deflorestamento de parte de uma reserva, foi entregue por Eduardo Paes ao Cômite Olímpico
 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Obra, construída por um alto custo e que levou ao deflorestamento de parte de uma reserva, foi entregue por Eduardo Paes ao Cômite Olímpico (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2015 às 17h18.

Rio de Janeiro, 22 nov (EFE).- O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, entregou formalmente ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2016 neste domingo o campo em que serão disputadas as competições de golfe, uma das obras mais polêmicas do evento esportivo.

O campo de 970 mil metros quadrados foi assumido pela organização neste domingo e continuará com ela até depois dos Jogos, quando sua gestão será transferida por 20 anos a uma entidade pública que possa promover projetos que "incentivem o esporte no Brasil e na América do Sul", de acordo com a prefeitura.

O primeiro campo olímpico de golfe do mundo após 112 anos de ausência da modalidade em uma Olimpíada se tornou uma polêmica desde a licitação, já que foi construído a um alto custo (R$ 60 milhões) por uma empresa privada, em um terreno particular. Além disso, levou ao desflorestamento de parte da vegetação de uma reserva.

A empresa proprietária da área, que aceitou ceder o campo de golfe por 20 anos para projetos públicos de incentivo à modalidade, obteve em troca o direito de erguer em seus arredores 22 edificações de luxo, cada uma com 22 andares, em uma área construída de 600 mil metros quadrados.

O campo foi construído em um extenso terreno no bairro da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, próximo à Lagoa de Marapendi, cujos mangues fazem parte de uma reserva, e a poucos metros de uma das praias mais disputadas pelos cariocas. A área não tinha sido urbanizada devido às restrições municipais para proteger o entorno.

A Prefeitura alegou inicialmente que os dois campos de golfe existentes na Barra da Tijuca não cumpriam as exigências feitas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e que era necessário construir um novo, mesmo que a modalidade não seja um esporte de grande interesse público no país.

Paes também alegou o interesse olímpico ao ser questionado pela autorização que concedeu para que o proprietário dos terrenos construísse gigantescas torres em uma área de reservas ambientais, em um dos projetos imobiliários mais rentáveis na cidade em muitos anos.

O próprio Ministério Público fez parte da polêmica, já que, incentivado por protestos de grupos ambientalistas, questionou perante a justiça a licença ambiental concedida pelo governo estadual para autorizar a obra em uma área de preservação.

A Prefeitura afirma que, para compensar os danos provocados pela construção, expropriou uma área de 1,59 milhão de metros quadrados em um lugar vizinho para criar um novo parque ecológico. Também alega que, sem recursos públicos, o campo de golfe passará a ser uma área para a população durante 20 anos na qual será possível promover o esporte entre pessoas de poucos recursos, assim como "incentivar o turismo dirigido à prática da modalidade e organizar competições de nível internacional na cidade".

As autoridades dizem ainda que tiveram cuidado em preservar ao máximo a flora e a fauna, ao ponto que a população de capivaras da região saltou de 20 a 60 desde o início das obras, os jacarés não foram expulsos e foram transplantados 19 mil metros quadrados de vegetação preservada.

Segundo Paes, o fato de ser o único campo olímpico de golfe do mundo poderá ajudar a atrair competições internacionais. A última vez que a modalidade fez parte do evento foi nos Jogos de Saint Louis, em 1904. EFE

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