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Polêmica sobre volume do Cantareira é ridícula, diz Alckmin

Em encontro com empresários promovido por Exame, governador falou sobre crise hídrica e criticou o governo federal ao falar da situação econômica do país.


	O governador Geraldo Alckmin
 (José Cruz/Agência Brasil)

O governador Geraldo Alckmin (José Cruz/Agência Brasil)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 28 de abril de 2015 às 17h32.

São Paulo – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), classificou como “ridícula” a discussão sobre o real volume de água armazenado no Sistema Cantareira, que abastece a Região Metropolitana de São Paulo. A fala ocorreu em apresentação para empresários durante o evento Encontros EXAME, nesta terça-feira.

No último dia 16, a Justiça determinou que a Sabesp divulgue o nível do Sistema Cantareira considerando a retirada de água do volume morto como índice negativo. Por esta conta, o sistema está hoje com -9,2% de sua capacidade. Na contagem da Sabesp, o índice é de 20% positivos.

Na decisão, o juiz Evandro Carlos de Oliveira, da 7ª Vara de Fazenda Pública, afirma que "a divulgação da informação tal como veiculada (...) cria a ilusão de que o sistema está positivo (fato que não corresponde à realidade quando analisado apenas o volume útil) e pode induzir o consumo imoderado".

Para o governador, o importante é que “a água está lá”. “Fica essa discussão sobre se é mais 20% ou menos 15%. Isso é ridículo. A água é a mesma”, afirmou.

No encontro, Alckmin falou a empresários de diversos setores sobre o ambiente de negócios e as oportunidades no estado de São Paulo.

O governador mostrou dados sobre investimentos públicos no estado, elencou números em áreas como saúde, educação e segurança e destacou projetos feitos em parceira com a iniciativa privada através de PPPs (Parcerias Público-Privadas). 

Em relação à segurança hídrica em São Paulo, afirmou que o governo trabalha para enfrentar o período seco deste ano.

“Éramos muito dependentes do Sistema Cantareira, que foi pego em cheio pela seca. Dos 66 metros cúbicos por segundo consumidos na Região Metropolitana, 33 vinham de lá. Hoje tiramos 14”, afirmou. O objetivo é depender ainda menos do sistema nos próximos meses, para enfrentar o inverno, disse o governador.

O tucano minimizou o atraso nas obras de ligação da represa Billings com o Sistema Alto Tietê. Prevista inicialmente para maio, abra deve ficar para agosto. "O licenciamento atrasou um pouquinho, mas está dentro do cronograma. Não tem problema ficar para agosto, porque aliás agosto vai ser o período mais necessário", disse.

Economia

Questionado sobre as perspectivas econômicas para o estado em meio a um cenário de crise no país, Alckmin criticou o governo federal.

“O Estado brasileiro faliu, e o povo está insatisfeito. [Está errado] esse modelo em que o governo deve cuidar de tudo, se mete em tudo. O governo não é para fazer tudo. É preciso valorizar o empreendedorismo, o esforço pessoal, o mérito.”, afirmou.

Segundo Alckmin, os investimentos federais foram reduzidos, prejudicando estados e municípios em áreas como a saúde. "Há uma crise de financiamento gravíssima. A população está mais velha, a medicina é cara e o dinheiro sumiu. Aí ficam os estados e municípios afogados", concluiu.

Marta

O governador também comentou a saída de Marta Suplicy do PT. A senadora formalizou hoje o seu desligamento do partido e deve ir para o PSB, aliado do PSDB em São Paulo. 

"É uma liderança importante, senadora por São Paulo, foi prefeita de São Paulo, acho que é uma decisão importante do ponto de vista político", disse. Para Alckmin,a agora ex-petista será um bom reforço para a oposição. 

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