O Pnud quer aumentar a cooperação do Brasil no combate a miséria na África (Christopher Furlong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2011 às 17h13.
Nova York - O Brasil deve ser uma referência para a África, de acordo com dois diretores do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) que vieram ao país para se encontrar com membros do governo de Dilma Rousseff e empresários.
"O Brasil está muito interessado na África, e os países africanos estão muito interessados no Brasil. Agora é preciso ver como conseguimos fazer esse interesse avançar", disse em entrevista à Agência Efe o diretor do Pnud para a América Latina e o Caribe, Heraldo Muñoz.
Muñoz explicou que são diversas as áreas nas quais pode haver colaboração, como segurança alimentar, biocombustíveis e programas sociais, e destacou a importância de sua visita que, segundo ele, "começa a dar substância a um acordo estratégico assinado no ano passado com o Brasil".
Além de Muñoz, também veio ao Brasil o diretor para a África, Tegegenwork Gettu, e ambos se reunirão amanhã com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, assim como com dirigentes do BNDES e da Embrapa.
"O Brasil impulsionará assim sua cooperação exterior em colaboração com o Pnud", acrescentou Muñoz, que destacou o status do Brasil como "potência mundial" e seu interesse na chamada relação "sul-sul".
Gettu, por sua vez, afirmou à Agência Efe que "o Brasil conta com a vantagem de ter passado pelos problemas que afetam alguns países africanos", e por isso conta com uma "boa experiência" para ajudá-los a impulsionar seu desenvolvimento.
O Pnud quer que, mediante seus acordos com o Brasil, o país aproveite sua "ampla rede de escritórios e funcionários", que trabalham em colaboração com diferentes governos e organizações e aumente sua presença no continente africano.
"Há um vínculo excepcional que une africanos e brasileiros historicamente, e agora o Brasil é um parceiro excepcional e de confiança para a África", disse Gettu.
Além disso, segundo ele, os países africanos podem conseguir "conquistas" em temas como transferência tecnológica, desenvolvimento econômico, industrialização e comércio.
"O Brasil já está na África, não de maneira tão presente como a China, mas está lá e expandindo sua presença. O Pnud conhece as regras do jogo na África, e isso é algo do qual o Brasil pode se beneficiar. Estamos oferecendo a capacidade de implementar medidas que até agora estavam reduzidas a poucos países", afirmou o diretor do Pnud para a África.
Muñoz lembrou também que o "Brasil desfruta de uma imagem muito boa na África", onde já realiza tarefas de desenvolvimento em países como Moçambique e Angola, e destacou que parte da importância da visita do Pnud é a ampliação de sua colaboração com o BNDES.