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PMs envolvidos com sumiço de Amarildo serão indiciados

Após mais de dois meses de investigações, está descartada a hipótese de que o pedreiro tenha sido capturado e morto por traficantes

Em protesto, moradores da Rocinha e parentes de Amarildo de Souza cobram informações sobre o desaparecimento do pedreiro (Fernando Frazão/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2013 às 09h30.

Rio - Após mais de dois meses de investigações, a Polícia Civil do Rio vai indiciar e pedir a prisão de policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora ( UPP ) da Favela da Rocinha, em São Conrado, zona sul do Rio, pelo sumiço de Amarildo de Souza, de 43 anos. Está descartada a hipótese de que o pedreiro tenha sido capturado e morto por traficantes.

O delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios (DH), que assumiu as investigações do caso em 1.º de agosto, deverá anunciar hoje o resultado do inquérito e divulgar quantos PMs serão indiciados. No dia em que Amarildo sumiu havia 13 policiais de plantão na UPP, dos quais quatro tiveram contato direto com ele, ao conduzi-lo em uma patrulha da PM. Amarildo está desaparecido desde 14 de julho, quando foi conduzido de sua casa, na Rua 2, à sede da UPP, na localidade conhecida como Portão Vermelho, na parte alta da favela.

O relatório de Barbosa com os indiciamentos foi finalizado na semana passada, depois de duas testemunhas falarem que o major Edson Santos, ex-comandante da UPP, tentou corrompê-las para acusar o traficante Thiago Neris, o Catatau, pela morte de Amarildo. Ao Estado, o major, transferido do comando da UPP para o Batalhão de Operações Especiais (Bope), negou as acusações.

Até os depoimentos das duas testemunhas, o diretor do inquérito considerava ainda não ter indícios consistentes que levassem ao indiciamento dos policiais militares que estiveram com o pedreiro no dia do desaparecimento. O delegado Barbosa chegou a confidenciar a pessoas próximas que estava se sentindo bastante pressionado para concluir o caso.


Conforme o jornal O Estado de S. Paulo noticiou no dia 10, a pressão aumentou ainda mais quando o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), disse por telefone ao governador Sérgio Cabral (PMDB) que a Polícia Federal (PF) poderia abrir uma investigação paralela. Após o telefonema, ele foi chamado ao Palácio Guanabara por Cabral, que cobrou uma solução rápida.

Os depoimentos das duas testemunhas - mãe e filho de 16 anos, moradores na Rocinha - ocorreram quase que por acaso. O garoto foi atingido por um tiro de fuzil na perna em 25 de maio, ao tentar fugir de PMs da UPP que o acusavam de ligação com o tráfico. Ele teve alta hospitalar no dia 11 e foi levado pelos PMs que o escoltavam, por engano, para depor na 15.ª Delegacia de Polícia (DP). O menor deveria depor na 14.ª DP.

Na 15.ª DP, ele disse ao delegado Orlando Zaccone que acusara Catatau de matar Amarildo porque o major Santos lhe oferecera R$ 500 mensais para ele e a mãe alugarem uma casa fora da Rocinha, pois estariam jurados de morte por traficantes. A acusação contra Catatau fora feita em depoimento ao Ministério Público Militar, que acompanha o Inquérito Policial Militar (IPM) aberto pela Corregedoria da PM para investigar a participação de policiais no caso. O menor foi levado ao MP Militar pelo major Santos.

No hospital. Ainda segundo o adolescente, um policial da 15.ª DP prometeu lhe presentear com um iPhone e um par de tênis para que mantivesse a acusação contra Catatau. O mesmo policial participou da investigação que resultou na Operação Paz Armada, quando 33 suspeitos de ligação com o tráfico na Rocinha foram presos, na véspera do sumiço de Amarildo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios (DH), que assumiu as investigações do caso em 1.º de agosto, deverá anunciar hoje o resultado do inquérito e divulgar quantos PMs serão indiciados. No dia em que Amarildo sumiu havia 13 policiais de plantão na UPP, dos quais quatro tiveram contato direto com ele, ao conduzi-lo em uma patrulha da PM. Amarildo está desaparecido desde 14 de julho, quando foi conduzido de sua casa, na Rua 2, à sede da UPP, na localidade conhecida como Portão Vermelho, na parte alta da favela.

O relatório de Barbosa com os indiciamentos foi finalizado na semana passada, depois de duas testemunhas falarem que o major Edson Santos, ex-comandante da UPP, tentou corrompê-las para acusar o traficante Thiago Neris, o Catatau, pela morte de Amarildo. Ao Estado, o major, transferido do comando da UPP para o Batalhão de Operações Especiais (Bope), negou as acusações.

Até os depoimentos das duas testemunhas, o diretor do inquérito considerava ainda não ter indícios consistentes que levassem ao indiciamento dos policiais militares que estiveram com o pedreiro no dia do desaparecimento. O delegado Barbosa chegou a confidenciar a pessoas próximas que estava se sentindo bastante pressionado para concluir o caso.


Conforme o jornal O Estado de S. Paulo noticiou no dia 10, a pressão aumentou ainda mais quando o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), disse por telefone ao governador Sérgio Cabral (PMDB) que a Polícia Federal (PF) poderia abrir uma investigação paralela. Após o telefonema, ele foi chamado ao Palácio Guanabara por Cabral, que cobrou uma solução rápida.

Os depoimentos das duas testemunhas - mãe e filho de 16 anos, moradores na Rocinha - ocorreram quase que por acaso. O garoto foi atingido por um tiro de fuzil na perna em 25 de maio, ao tentar fugir de PMs da UPP que o acusavam de ligação com o tráfico. Ele teve alta hospitalar no dia 11 e foi levado pelos PMs que o escoltavam, por engano, para depor na 15.ª Delegacia de Polícia (DP). O menor deveria depor na 14.ª DP.

Na 15.ª DP, ele disse ao delegado Orlando Zaccone que acusara Catatau de matar Amarildo porque o major Santos lhe oferecera R$ 500 mensais para ele e a mãe alugarem uma casa fora da Rocinha, pois estariam jurados de morte por traficantes. A acusação contra Catatau fora feita em depoimento ao Ministério Público Militar, que acompanha o Inquérito Policial Militar (IPM) aberto pela Corregedoria da PM para investigar a participação de policiais no caso. O menor foi levado ao MP Militar pelo major Santos.

No hospital. Ainda segundo o adolescente, um policial da 15.ª DP prometeu lhe presentear com um iPhone e um par de tênis para que mantivesse a acusação contra Catatau. O mesmo policial participou da investigação que resultou na Operação Paz Armada, quando 33 suspeitos de ligação com o tráfico na Rocinha foram presos, na véspera do sumiço de Amarildo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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