PM de SP força jovem a dizer que não presta e ama a polícia
Veja o vídeo gravado por moradores em uma rua da zona leste da capital paulista.
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2016 às 19h47.
A Polícia Militar (PM) de São Paulo agrediu e obrigou um jovem negro a gritar em público que não prestava, que era vagabundo e que amava a polícia. Na ação, gravada em vídeo por moradores em uma rua da zona leste da capital paulista, o jovem algemado é conduzido pelo braço por um policial e seguido lentamente por um carro da polícia.
“Eu não presto, eu amo o Tático [Força Tática da PM], eu sou vagabundo, eu amo a polícia”, disse repetidas vezes o jovem dominado. É possível ouvir que o agente exige: “fala mais alto”. No final da gravação, o policial, que estava com um cassetete na mão, agride o jovem com um golpe na cara.
A ação da polícia teria ocorrido no último domingo (22) e foi gravada na Avenida Manuel Pimentel, no Jardim Planalto, região de Sapopemba. É possível ver que o comércio ainda estava aberto. O vídeo foi encaminhado pelos moradores ao Centro de Direitos Humanos de Sapopemba (Cedeca), que acionou e representou a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo. O vídeo pode ser visto aqui.
“A política de segurança pública aqui do governo do estado de São Paulo é uma política de repressão aos territórios negros, aos territórios periféricos. Há uma normativa, há uma orientação política para que essa polícia seja violenta nesses territórios. Há uma autorização branca para esse tipo de postura”, disse Douglas Belchior, militante do Movimento Negro e da Uneafro Brasil – União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (Uneafro Brasil).
Para Belchior, por mais que esses casos se tornem públicos, a resposta é sempre a mesma. “A resposta padrão por parte das chefias é que o procedimento foi algo pontual a partir da conduta inadequada de um ou outro soldado, de um ou outro grupo, de um ou outro batalhão, de maneira a tirar a responsabilidade da corporação e da política de segurança pública”.
Belchior diz que a ação da polícia foi tortura. “Tortura, bem como estabelece a Lei 9455/97, em seu Artigo 1º, Item I: 'constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental'”, disse. "Este tipo de violação e tortura promovidas por policiais dentro e fora do horário de serviço são recorrentes nas periferias de São Paulo. Quando não desaparecidos ou mortos, jovens são habitualmente humilhados e torturados de maneira a servir de exemplo aos demais adolescentes e à comunidade".
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que o vídeo “sugere” postura inadequada dos policiais e que um inquérito policial será aberto. “A Polícia Militar esclarece que o vídeo sugere postura inadequada e contrária aos procedimentos preconizados pela corporação, independentemente da infração cometida pelo suspeito, motivo pelo qual está sendo realizada rigorosa apuração. A Corregedoria da PM irá instaurar inquérito policial militar para identificar os policiais e adotar as medidas cabíveis”.
A Polícia Militar (PM) de São Paulo agrediu e obrigou um jovem negro a gritar em público que não prestava, que era vagabundo e que amava a polícia. Na ação, gravada em vídeo por moradores em uma rua da zona leste da capital paulista, o jovem algemado é conduzido pelo braço por um policial e seguido lentamente por um carro da polícia.
“Eu não presto, eu amo o Tático [Força Tática da PM], eu sou vagabundo, eu amo a polícia”, disse repetidas vezes o jovem dominado. É possível ouvir que o agente exige: “fala mais alto”. No final da gravação, o policial, que estava com um cassetete na mão, agride o jovem com um golpe na cara.
A ação da polícia teria ocorrido no último domingo (22) e foi gravada na Avenida Manuel Pimentel, no Jardim Planalto, região de Sapopemba. É possível ver que o comércio ainda estava aberto. O vídeo foi encaminhado pelos moradores ao Centro de Direitos Humanos de Sapopemba (Cedeca), que acionou e representou a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo. O vídeo pode ser visto aqui.
“A política de segurança pública aqui do governo do estado de São Paulo é uma política de repressão aos territórios negros, aos territórios periféricos. Há uma normativa, há uma orientação política para que essa polícia seja violenta nesses territórios. Há uma autorização branca para esse tipo de postura”, disse Douglas Belchior, militante do Movimento Negro e da Uneafro Brasil – União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (Uneafro Brasil).
Para Belchior, por mais que esses casos se tornem públicos, a resposta é sempre a mesma. “A resposta padrão por parte das chefias é que o procedimento foi algo pontual a partir da conduta inadequada de um ou outro soldado, de um ou outro grupo, de um ou outro batalhão, de maneira a tirar a responsabilidade da corporação e da política de segurança pública”.
Belchior diz que a ação da polícia foi tortura. “Tortura, bem como estabelece a Lei 9455/97, em seu Artigo 1º, Item I: 'constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental'”, disse. "Este tipo de violação e tortura promovidas por policiais dentro e fora do horário de serviço são recorrentes nas periferias de São Paulo. Quando não desaparecidos ou mortos, jovens são habitualmente humilhados e torturados de maneira a servir de exemplo aos demais adolescentes e à comunidade".
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que o vídeo “sugere” postura inadequada dos policiais e que um inquérito policial será aberto. “A Polícia Militar esclarece que o vídeo sugere postura inadequada e contrária aos procedimentos preconizados pela corporação, independentemente da infração cometida pelo suspeito, motivo pelo qual está sendo realizada rigorosa apuração. A Corregedoria da PM irá instaurar inquérito policial militar para identificar os policiais e adotar as medidas cabíveis”.