Violência: em SP, 12% dos homicídios derivavam da violência contra a mulher em casos onde a agressão reiterada resulta em assassinato (Reprodução/Getty Images)
Agência Brasil
Publicado em 6 de janeiro de 2017 às 13h51.
Ao apresentar o Plano Nacional de Segurança, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou a criação de Patrulhas Maria da Penha para combater a violência contra a mulher.
O programa terá ações de prevenção, investigação, inteligência e integração de trabalhos entre o Ministério Público e o Judiciário. O detalhamento do plano foi apresentado hoje (6).
O ministro disse que para a reduzir o feminicídio e a violência contra a mulher, haverá capacitação de profissionais para atuar na prevenção e no reforço do policiamento comunitário com a criação de Patrulhas Maria da Penha que deverão fazer visitas periódicas as mulheres em situação de violência doméstica.
Está prevista também a oferta de cursos de capacitação para mulheres. "Não há crime mais subnotificado que a violência contra a mulher."
"A segurança pública não é só questão de polícia. É uma questão social, mas mesmo na persecução penal, é uma questão de integração do Ministério Público com o Poder Judiciário. A proximidade gera um combate muito mais eficaz", explicou o ministro ao detalhar o plano.
Segundo Moraes, um mapeamento feito na época em que exercia o cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo mostra que até 12% dos homicídios derivavam da violência contra a mulher em casos onde a agressão reiterada resulta em assassinato podendo ser a vítima a mulher ou o agressor.
O ministro informou que as ações para redução dos feminicídios e homicídios começarão pelas capitais por meio de ações conjuntas entre os estados e a União.
A segunda etapa será a expansão para os municípios limítrofes das regiões metropolitanas. De acordo com Moraes, as capitais concentram 31% dos homicídios do país e as regiões metropolitanas, 23%.
As ações serão iniciadas em fevereiro em Natal (RN), Porto Alegre (RS) e Aracaju (SE), de acordo com Alexandre de Moraes. O ministro explicou que um termo de cooperação deve se assinado com o governo dos Estados para o início das operações.