O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini: os dois nomes do PT vão dividir a função enquanto o peemedebista Eliseu Padilha estiver no exterior com Michel Temer (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2015 às 21h54.
Brasília - Além do assessor especial da Presidência, Giles Azevedo, que já vem atuando informalmente como articulador político do governo, o Palácio do Planalto escalou o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, para assumir as negociações com o Congresso Nacional e atender as demandas dos parlamentares.
Os dois nomes do PT vão dividir a função enquanto o peemedebista Eliseu Padilha estiver no exterior com o vice-presidente Michel Temer, e até a presidente Dilma Rousseff anunciar a reforma administrativa na próxima semana.
A ideia, no entanto, é que a articulação política receba ajuda também de outros ministros do governo. Mas o modelo de como será a articulação política não está ainda fechado pela presidente Dilma.
Em reunião com líderes do governo na Câmara, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, anunciou que as negociações em torno do pacote de medidas do governo para cobrir o rombo do Orçamento poderiam ser tratados com os dois interlocutores, neste período que Eliseu Padilha, que estava à frente da articulação e já anunciou sua saída, está viajando.
Da mesma forma, os dois estão autorizados a receber as demandas dos parlamentares.
"Neste período que o Padilha está viajando, todas as demandas de vocês (parlamentares) devem ser encaminhadas ao Berzoini, que já ajudou bastante e até já foi da SRI, e ao Giles, que também está trabalhando nisso", disse Mercadante aos deputados, ao final da reunião desta terça-feira, 15, no Planalto.
"Todas as demandas que vocês tiverem neste período encaminhem ao Berzoini e ao Giles, que os dois vão se dedicar, em tempo integral, a esta tarefa", afirmou Mercadante aos deputados, depois de lembrar que Padilha já havia dito que ia sair da articulação e que iria fazer esta transição.
A necessidade de designar Berzoini e Giles para atender a todas as demandas dos deputados, justificou Mercadante a eles, é que "este período (de envio das medidas ao Congresso) é, para nós, fundamental". Na conversa, Mercadante fez questão de ressaltar ainda que não há uma definição sobre qual será o desenho da articulação política depois da reforma administrativa, que será anunciada pela presidente, na semana que vem.
No primeiro mandato da presidente Dilma, Berzoini já ocupou o cargo de articulador político do governo, conduzindo a Secretaria de Relações Institucionais.
Com a reforma política e a necessidade de enxugar ministérios, a SRI poderá deixar de existir. Uma das possibilidades que está sendo estudada é que as funções de articulação política passassem a ser exercidas pela Secretaria Geral da Presidência, que hoje é comandada por Miguel Rossetto.
Mas esta nova secretaria geral não ficaria com Rossetto. A presidente Dilma não pensa em passar a articulação política para a Casa Civil. Vários nomes são cotados para este novo modelo de articulação. Um deles é o de Aldo Rebelo, que hoje está no Ministério da Ciência e Tecnologia.