Brasil

Pizzolato quer cumprir pena na Itália e vai recorrer

O ex-diretor do BB está disposto a ser julgado na Itália uma vez mais e, se condenado, estaria de acordo em cumprir sua "pena na Itália", segundo advogado


	Henrique Pizzolato: a Justiça italiana autorizou o retorno dele ao Brasil, mas a decisão final cabe ao governo do país
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Henrique Pizzolato: a Justiça italiana autorizou o retorno dele ao Brasil, mas a decisão final cabe ao governo do país (Antonio Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 13h34.

Módena - A defesa do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato afirmou nesta quinta-feira, 12, que vai recorrer da decisão de extraditar o brasileiro à Corte Europeia de Direitos Humanos. O advogado Alessandro Siveli sinalizou, no entanto, que Pizzolato está disposto a cumprir a pena na Itália.

Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por envolvimento no mensalão, mas fugiu para a Itália. Desde o ano passado o governo brasileiro tenta extraditar o ex-diretor.

Nesta manhã, a Justiça italiana autorizou o retorno dele ao Brasil, mas a decisão final cabe ao governo do país. Em comunicado, Siveli declarou seu "estupor" diante da decisão que, segundo ele, foi tomada "sem um fato novo".

Segundo o advogado, Pizzolato está disposto a ser julgado na Itália uma vez mais e, se condenado, estaria de acordo em cumprir sua "pena na Itália".

Sivelli indicou que, além da Corte Europeia, também apresentou recurso à Corte Interamericana de Direitos Humanos. Nenhuma das duas iniciativas, porém, tem efeito suspensivo e não conseguiriam barrar o envio do brasileiro ao País.

Nesta manhã, a Corte de Cassação em Roma reverteu a decisão de primeira instância de rejeitar a extradição e aceitou as garantias dadas pelo governo brasileiro de que a integridade física de Pizzolato será assegurada no Complexo da Papuda.

O julgamento ocorreu na quarta-feira, em Roma, mas a sentença foi pronunciada apenas nesta manhã. Momentos depois do anúncio, o ex-diretor se apresentou à polícia de Maranello.

Ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil fugiu do País há um ano e cinco meses, com um passaporte falso e declarou que confiava que a Justiça italiana não faria um processo político contra ele, como acusa a Justiça brasileira de ter realizado.

Ele chegou a ser preso, mas foi solto em outubro do ano passado. Ao sair da prisão, declarou que havia fugido para "salvar sua vida".

"Estamos confiantes de que o ministro não concederá a extradição, como foi feito em um caso análogo (de 13 de julho de 2001) que foi negada a extradição ao cidadão ítalo-brasileiro Salvatore Cacciola", disse o advogado, lembrando que o estado brasileiro não reconhece o princípio da reciprocidade e não extradita seus próprios cidadãos.

Ele voltou a denunciar a situação das prisões nacionais. "As cárceres brasileiras estão nas mãos de organizações criminosas que não hesitam em matar detentos que não cedem à extorsão", disse.

Acompanhe tudo sobre:EuropaItáliaJustiçaMensalãoPaíses ricosPiigsPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso