"Pílula do câncer" falha no sétimo teste
"Pílula do câncer" teve mais um resultado negativo, no sétimo teste encomendado pelo Ministério da Ciência
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2016 às 07h32.
Brasília - A fosfoetanolamina, conhecida como "pílula do câncer ", teve mais um resultado negativo na série de testes encomendada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação .
O trabalho, divulgado na sexta-feira, 17, mostrou que a substância não é capaz de combater câncer de pâncreas e melanomas nem em alta concentração. O composto também mostrou desempenho desanimador em células de câncer de pulmão.
Feito com fosfoetanolamina produzida pela Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ), trata-se do sétimo estudo com resultados pouco animadores sobre o potencial da substância no tratamento do câncer.
A reportagem apurou que o resultado foi considerado tão desanimador que, em reunião realizada com o grupo de especialistas no MCTI, foi sugerida até a interrupção dos trabalhos.
A proposta, no entanto, não foi aceita. Parte dos integrantes do grupo considera necessária a realização de outros estudos para indicar se a fosfoetanolamina tem de fato algum tipo de ação no organismo.
"Pode haver até uma ação anti-inflamatória ou analgésica. Mas os trabalhos mostram que, para os tipos de câncer avaliados até agora, ela não é eficaz", afirmou um integrante do comitê, sob condição de anonimato.
Diretor-geral do Instituto de Câncer do Estado de São Paulo, o oncologista Paulo Hoff afirma que o resultado, por si só, não é suficiente para interromper os estudos. "Temos de construir um prédio, estamos ainda nos alicerces", avaliou.
Sem milagres
Hoff reconheceu, no entanto, que os resultados até agora reunidos indicam que o produto não é milagroso como alguns pacientes avaliavam ser.
"O debate sobre essa substância é ainda muito carregado de emoções. Precisamos dar um passo atrás. E observar que, estudos pré-clínicos, laboratoriais, em animais, apresentam limitações", completou.
Consultados, Ministério da Saúde e MCTI afirmaram que pesquisas com a "pílula do câncer" vão continuar e os resultados obtidos até o momento são iniciais. O governo federal não é o único a fazer pesquisas.
Hoff, por exemplo, deverá conduzir uma avaliação, um misto de exames fase 1 e fase 2, para avaliar o impacto da substância em pacientes com câncer. O trabalho será com um número pequeno de voluntários.
"O grupo já está formado", contou. A pesquisa aguarda apenas a chegada da fosfoetanolamina, sintetizada pelo laboratório PDT Pharma.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Brasília - A fosfoetanolamina, conhecida como "pílula do câncer ", teve mais um resultado negativo na série de testes encomendada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação .
O trabalho, divulgado na sexta-feira, 17, mostrou que a substância não é capaz de combater câncer de pâncreas e melanomas nem em alta concentração. O composto também mostrou desempenho desanimador em células de câncer de pulmão.
Feito com fosfoetanolamina produzida pela Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ), trata-se do sétimo estudo com resultados pouco animadores sobre o potencial da substância no tratamento do câncer.
A reportagem apurou que o resultado foi considerado tão desanimador que, em reunião realizada com o grupo de especialistas no MCTI, foi sugerida até a interrupção dos trabalhos.
A proposta, no entanto, não foi aceita. Parte dos integrantes do grupo considera necessária a realização de outros estudos para indicar se a fosfoetanolamina tem de fato algum tipo de ação no organismo.
"Pode haver até uma ação anti-inflamatória ou analgésica. Mas os trabalhos mostram que, para os tipos de câncer avaliados até agora, ela não é eficaz", afirmou um integrante do comitê, sob condição de anonimato.
Diretor-geral do Instituto de Câncer do Estado de São Paulo, o oncologista Paulo Hoff afirma que o resultado, por si só, não é suficiente para interromper os estudos. "Temos de construir um prédio, estamos ainda nos alicerces", avaliou.
Sem milagres
Hoff reconheceu, no entanto, que os resultados até agora reunidos indicam que o produto não é milagroso como alguns pacientes avaliavam ser.
"O debate sobre essa substância é ainda muito carregado de emoções. Precisamos dar um passo atrás. E observar que, estudos pré-clínicos, laboratoriais, em animais, apresentam limitações", completou.
Consultados, Ministério da Saúde e MCTI afirmaram que pesquisas com a "pílula do câncer" vão continuar e os resultados obtidos até o momento são iniciais. O governo federal não é o único a fazer pesquisas.
Hoff, por exemplo, deverá conduzir uma avaliação, um misto de exames fase 1 e fase 2, para avaliar o impacto da substância em pacientes com câncer. O trabalho será com um número pequeno de voluntários.
"O grupo já está formado", contou. A pesquisa aguarda apenas a chegada da fosfoetanolamina, sintetizada pelo laboratório PDT Pharma.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.