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PGR apoia pedido da PF para prorrogar inquérito dos portos

Adiamento de 60 dias foi aceito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge

Michel Temer: inquérito dos portos investiga se o presidente cometeu crimes na edição de um decreto ano passado que mudou regras portuárias (Adriano Machado/Reuters)

Michel Temer: inquérito dos portos investiga se o presidente cometeu crimes na edição de um decreto ano passado que mudou regras portuárias (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de maio de 2018 às 14h57.

Brasília - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, concordou com o pedido feito pela Polícia Federal para prorrogação por 60 dias do inquérito dos portos, que investiga se o presidente Michel Temer cometeu crimes na edição de um decreto ano passado que mudou regras portuárias, afirmou a assessoria de imprensa do órgão à Reuters nesta sexta-feira.

A manifestação de Dodge ainda não foi encaminhada ao relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, a quem caberá decidir se aceita ou não dar mais tempo para a conclusão das apurações.

A íntegra da manifestação de Dodge não foi divulgada até o momento. A PF havia requerido mais tempo a fim de se aprofundar nas investigações.

Desde setembro do ano passado, Temer é alvo dessa apuração no STF sob suspeita de ter recebido propina, por meio do então assessor especial, Rodrigo Rocha Loures, para editar um decreto que beneficiou a empresa Rodrimar em alterações legais para a área portuária.

A pedido do MPF e da PF, Barroso autorizou a ampliação do escopo das apurações iniciais. Ele permitiu a quebra de sigilos bancário e fiscal de Temer e de pessoas próximas do presidente. Dois amigos de Temer, o coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho e o advogado José Yunes, chegaram a ser presos temporariamente no curso da apuração.

Nesta quinta-feira, uma das filhas do presidente, a psicóloga Maristela Temer, depôs na PF em São Paulo nesse inquérito.

Maristela entrou no radar das investigações depois de surgirem suspeitas de que a reforma da sua casa, na capital paulista, teria sido custeada em dinheiro vivo pelo coronel Lima.

Delatores da J&F, holding que controla a JBS, acusaram o coronel de ser um dos intermediários de Temer no suposto recebimento de vantagens indevidas. As defesas de Temer, de Maristela e do coronel negam irregularidades.

Na semana passada, Temer fez um duro discurso contra a apuração, chamando-a de "perseguição" disfarçada de investigação.

O Palácio do Planalto receia que o presidente seja alvo de uma terceira denúncia da Procuradoria-Geral da República --no ano passado ele conseguiu que a Câmara dos Deputados negasse andamento a outras duas acusações apresentadas pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

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