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Pfizer vai dobrar número de voluntários de sua vacina em SP e na Bahia

A Anvisa autorizou o aumento solicitado pela farmacêutica americana e sua parceira, a alemã BioNTech, que têm uma das vacinas contra o coronavírus

Pfizer: empresa americana está testando sua vacina no Brasil (Siphiwe Sibeko/Reuters)

Pfizer: empresa americana está testando sua vacina no Brasil (Siphiwe Sibeko/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 18 de setembro de 2020 às 12h34.

Última atualização em 18 de setembro de 2020 às 12h36.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu autorização à Pfizer e à BioNTech para que dobrem o número de voluntários de sua vacina contra o coronavírus no Brasil.

O número de voluntários participando dos testes da vacina vai subir de 1.000 para 2.000 pessoas no Brasil.

Os testes da vacina da Pfizer estão acontecendo por ora na Bahia e em São Paulo, e os locais seguem os mesmos apesar do aumento do total de voluntários. No fim, haverá metade dos voluntários em cada estado. A Anvisa também autorizou participantes mais jovens, agora a partir de 16 anos.

A Pfizer, que é a americana, está desenvolvendo a vacina em parceria com a BioNTech, que é uma startup alemã -- a vacina da dupla, com base no RNA mensageiro do vírus, é similar à da também americana Moderna.

A vacina está na fase 3 de testes, a última das fases às quais uma vacina precisa se submeter antes de ser aprovada pelas autoridades mundiais de saúde.

A maior testagem da vacina de Pfizer/BioNTech acontece nos Estados Unidos. Por lá, o país planeja testar até dezenas de milhares de pessoas. A Pfizer pediu à agência reguladora americana, a FDA (Food and Drug Administration) para aumentar de 30.000 para 44.000 o número de participantes do estudo.

A vacina da Pfizer, assim como a da Moderna, é crucial para os planos do presidente americano Donald Trump de começar a vacinar a população já nos próximos meses. A eleição americana está marcada para 3 de novembro, e Trump não esconde o desejo de ter uma vacina aprovada e com doses começando a serem distribuídas já em outubro.

Nesta semana, o presidente americano voltou a dizer que pode ter a vacina pronta em três ou quatro semanas -- ou seja, já no próximo mês. Circularam também documentos da CDC, órgão de saúde americano, pedindo a estados que se preparassem para eventualmente vacinar pessoas em massa no fim de outubro. A pressa de Trump em aprovar a vacina vem sendo criticada por especialistas de saúde nos Estados Unidos, que argumentam que os testes precisam ser feitos no tempo adequado.

O Brasil é palco ainda de testagem de outras vacinas. As principais e consideradas mais promissoras são as da AstraZeneca com a Universidade de Oxford, testada em parceria com a Fiocruz e a Unifesp, e a da chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantã.

Em evento online da EXAME nesta semana, a diretora médica da AstraZeneca, Dra. Maria Bernardini, disse que os resultados de eficácia dos estudos de fase 3 da vacina devem ser publicados "em breve". A médica disse ainda que “apenas uma vacina não vai conseguir parar a pandemia dentro da velocidade que esperamos” e que espera que os outros projetos em teste também sejam bem-sucedidos.

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