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PF recupera R$ 480 mil que suposto operador de Aécio escondeu

Mendherson Souza Lima disse que escondeu o dinheiro na casa da sogra por ter ficado assustado com as citações ao seu nome relacionadas ao senador tucano

Aécio Neves: a informação de que o senador teria pedido e recebido R$ 2 milhões indevidos da JBS surgiu na noite da véspera (17) (José Cruz/Agência Brasil)

Aécio Neves: a informação de que o senador teria pedido e recebido R$ 2 milhões indevidos da JBS surgiu na noite da véspera (17) (José Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de maio de 2017 às 19h38.

Brasília - No relatório da Polícia Federal sobre a Operação Patmos, um agente da PF informa ter identificado o local de esconderijo e recuperado R$ 480 mil que Mendherson Souza Lima - assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG) - teria buscado em São Paulo na data de 03/05/2017, como parte do valor de propina acertado entre o senador Aécio Neves e o empresário Joesley Batista.

Isso foi possível graças ao próprio Mendherson, que, após ser preso, levou a PF ao local onde admitiu ter escondido o valor após a notícia sobre repasses indevidos da ordem de R$ 2 milhões na noite da quarta-feira 17 de maio, na véspera da operação.

Segundo a investigação da Procuradoria-Geral da República, Mendherson teria atuado na operação para receber o dinheiro em nome de Aécio Neves junto com o primo do senador afastado, Frederico Pacheco de Medeiros.

Após ser preso, na quinta-feira, 18, Mendherson disse que escondeu o dinheiro na casa da sogra por ter ficado assustado com as citações ao seu nome em meio às notícias de um suposto pagamento de propina a Aécio Neves.

A informação de que o senador Aécio Neves teria pedido e recebido R$ 2 milhões indevidos da JBS surgiu na noite da véspera, 17.

"Segundo as informações repassadas pelo investigado e presenciadas pelas testemunhas presentes no endereço da busca citado, na noite do dia 17/05/2017, após o alvo ter presenciado a divulgação de notícias dando conta de delações da empresa JBS e de um suposto esquema de pagamento de propinas ao Senador da República Aécio Neves, verificando-se inclusive citações ao seu nome, assustado com as mesmas, o alvo decidiu por pegar parte do dinheiro que estava guardado em sua residência para levá-lo para um local que não estivesse relacionado ao seu nome", diz o relatório.

"Assim, deslocou-se com duas sacolas contendo aproximadamente 480 mil reais e levou até a cidade de Nova Lima, pedindo para sua sogra que ali reside (Rua Paraná), de nome Azelina Rosa Ribeiro, para guardá-los em local seguro, sem que a mesma soubesse do seu conteúdo", continua o relatório.

Após ser preso, Mendherson tomou a iniciativa de ir junto com os agentes da Polícia Federal até o endereço que indicou.

"No local, com Auto de Consentimento de Busca da Moradora, a equipe policial adentrou o recinto juntamente com o investigado, logrando a localização das duas sacolas com diversos pacotes com cédulas de 100 reais, escondida num dos quartos da residência", disse o policial.

As sacolas e as cédulas foram arrecadadas no local. Segundo a PF, foram "devidamente conferidas e apreendidas em sede policial".

A Operação Patmos foi deflagrada no dia 18 de maio no curso da investigação contra o presidente Temer, o senador Aécio Neves e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures.

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