Brasão da Polícia Federal: a chamada Operação Sertão-Vereda, contudo, se estende também a municípios da Bahia e do Espírito Santo (Polícia Federal/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2013 às 10h57.
Brasília – Cem policiais federais participam de uma operação deflagrada esta madrugada para desarticular uma suposta organização criminosa que, segundo investigações, atuava em cidades do norte de Minas Gerais, fraudando licitações e desviando recursos públicos.
De acordo com a Polícia Federal (PF), participam do esquema empresários, servidores públicos e agentes políticos que atuavam principalmente nas cidades mineiras de Januária e Itacarambi. A chamada Operação Sertão-Vereda, contudo, se estende também a municípios da Bahia e do Espírito Santo.
A Justiça expediu dez mandados de busca e apreensão, 21 mandados de sequestro de valores, bens móveis e imóveis e 14 mandados de prisão que estão sendo cumpridos em Januária, Itacarambi, Montes Claros, São Francisco, Manga e Janaúba, em Minas Gerais; Vitória da Conquista e Prado, na Bahia; e Guarapari, no Espírito Santo. Até o momento treze pessoas foram detidas.
Os presos responderão por crimes contra a administração pública, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, dentre outros. Uma vez condenados, as penas máximas aplicadas aos crimes podem ultrapassar 30 anos.
De acordo com a PF, servidores públicos envolvidos no esquema atestavam a conclusão de obras públicas que não eram fiscalizadas e estavam incompletas ou sequer haviam sido iniciadas. Já as empresas investigadas emitiam notas fiscais frias sobre serviços não executados ou executados em desacordo com as especificações do projeto.
As verbas desviadas dos contratos de construção civil, pavimentação de vias públicas, manutenção de estradas e de locação de máquinas para a limpeza urbana eram, segundo a PF, imediatamente, aplicadas em bens, móveis e imóveis, localizados em outros estados brasileiros, que eram colocados em nome de outros empresários e de “laranjas”, ligados aos principais membros da organização criminosa. As apurações apontam um desvio que pode superar a quantia de R$ 5 milhões.