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PF prende servidores do Ibama e PMs em operação contra crime ambiental

Cerca de 180 policiais estão em operação no Acre, Amazonas e Minas Gerais

PF: polícia prendeu servidores do Ibama, PMs e pecuaristas (Sergio Moraes/Reuters)

PF: polícia prendeu servidores do Ibama, PMs e pecuaristas (Sergio Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de maio de 2019 às 13h42.

Brasília — A Polícia Federal cumpre nesta quarta-feira, 8, um total de 18 mandados de prisão, 36 mandados de busca e outras medidas cautelares para desarticular uma organização criminosa ligada a crimes ambientais. Ao todo, aproximadamente 180 policiais estão em operação no Acre, Amazonas e Minas Gerais. Entre os detidos estão servidores do Ibama, policiais militares lotados na cidade de Boca do Acre (AM) e grandes pecuaristas da região sul do Estado do Amazonas.

Segundo informações da PF, as investigações constataram que os servidores públicos estavam recebendo vantagens indevidas para cometer ilícitos como deixar de lavrar autos de infração por desmatamentos, multar "laranjas" em vez dos verdadeiros responsáveis e repassar informações privilegiadas de datas e locais das fiscalizações ambientais. Os funcionários também deixaram de apreender maquinário utilizado para desmatamentos da Floresta Amazônica.

As ações criminosas, de acordo com a PF, resultaram em extensos desmatamentos no sul do Amazonas, lavagem de dinheiro e corrupção, atos praticados, em tese, por servidores públicos, policiais militares lotados na cidade de Boca do Acre e por grandes pecuaristas da região sul do Estado do Amazonas.

"Foram encontrados indícios de que alguns pecuaristas invadiam terras da União, comandavam desmatamentos e contratavam policiais militares para fazer a proteção das máquinas e das áreas de desmatamento, expulsar e ameaçar moradores locais, tendo sido apurada inclusive uma tentativa de homicídio praticada contra um pequeno produtor rural durante a atuação de grilagem de terra e desmatamento de uma área", informou a PF.

Ao longo dos últimos anos, os investigados foram alvo de 169 autos de infração lavrados pelo Ibama, somando aproximadamente R$ 147 milhões em aplicação de multas, referente a uma área de 86 mil hectares - equivalente à duas vezes a área urbana da cidade de Rio Branco (AC).

A Operação Ojuara é realizada com a cooperação do Ministério Público Federal e apoio do Exército Brasileiro. O termo Ojuara, segundo a PF, é tema de livro e filme brasileiros que narram aventuras do personagem título, indivíduo que teria desafiado o Diabo, fazendo referência ao codinome de um dos investigados.

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