PF prende hacker por vazamento de dados de 220 milhões de brasileiros
Megavazamento de dados foi revelado em janeiro pelo dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital da startup PSafe
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de março de 2021 às 09h15.
Última atualização em 19 de março de 2021 às 11h54.
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta, 19, a Operação Deepwater para investigar crimes envolvendo o vazamento em massa de dados de 220 milhões de brasileiros ocorrido em janeiro. Um hacker conhecido como "Vandathegod" foi preso em Uberlândia ( MG ), sob suspeita de ser o responsável pelo maior vazamento de informações do país.
Agentes cumprem ainda cinco mandados de busca e apreensão nos municípios de Petrolina (PE) e Uberlândia. As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal ( STF ).
Como mostrou o Estadão, o megavazamento de dados foi revelado em janeiro pelo dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital da startup PSafe. Foram colocados à venda, em fóruns na internet, mais de 223 milhões de CPFs, além de informações detalhadas como nomes, endereços, renda, imposto de renda, fotos participantes do Bolsa Família e escores de crédito.
O volume de números de CPF é maior do que o da população brasileira, pois foram incluídas na base informações de pessoas que já morreram. Além disso, mais de 40 milhões de números de CNPJ, com informações atrelados a eles, também foram disponibilizados.
Segundo a PF, a divulgação de parte dos dados sigilosos foi feita gratuitamente por um usuário do referido fórum que, ao mesmo tempo, colocou à venda o restante das informações, com pagamento em criptomoedas.
"Após diversas diligências, a Polícia Federal identificou o suspeito pela prática dos delitos de obtenção, divulgação e comercialização dos dados, bem como um segundo hacker que estaria vendendo os dados por meio suas redes sociais", disse a PF em nota.