Com a entrega do relatório, a PF conclui as investigações relacionadas às tentativas de golpe de Estado e à abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Bolsonaro: ex-presidente foi indiciado pela PF por tentativa de Golpe de Estado (Valter Campanato/Agência Brasil)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 21 de novembro de 2024 às 15h29.
Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 16h30.
A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira, 21, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, Braga Netto, além de outras 34 pessoas, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Entre os indiciados também estão ex-integrantes do governo Bolsonaro, como o delegado Alexandre Ramagem, ex-presidente da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), também figura na lista.
O relatório, que conta com mais de 800 páginas, foi concluído nesta tarde e será entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito será enviado à Procuradoria Geral da República (PGR), que decidirá se apresentará denúncia ou não contra os indiciados perante a Corte.
O desfecho das apurações aconteceu após a Polícia Federal deflagrar uma operação para apurar o planejamento para o assassinato do então presidente-eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em novembro de 2022.
Segundo a corporação,a investigação identificou uma organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, com o objetivo de manter o então presidente no poder.
“As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário”, informou a corporação em nota oficial.
A PF afirma ainda que as investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos: